Nova Cartografia Social Da Amazônia

Chamada de Trabalhos para a Edição de Nº 23 (2024.2) da ContraCorrente


Chamada de Trabalhos para a Edição de Nº 23 (2024.2) da ContraCorrente, revista do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas

É agora a Edição 23 “Quilombos no Brasil: demarcadores de identidade e estratégias de mobilização étnica” organização dos professores Dr. Alfredo Wagner Berno de Almeida (PPGICH/UEA), Dr. Marcos Alan Costa Farias (PPGAS/UFAM) e Ma. Juliene Pereira dos Santos (PPGA/UFPA).

Quase três décadas desde o marco histórico da titulação em 1995 quando se deu a primeira titulação de um território quilombola no Brasil, um feito que ressoa em cada trilha percorrida por essas comunidades que resistem para existir.

Esta chamada convida acadêmicos, pesquisadores e líderes quilombolas a contribuir com suas análises e experiências para refletir sobre este momento crucial na história da luta quilombola. A titulação do Território Quilombola Boa Vista, do município de Oriximiná, no Pará, fez cumprir o artigo 68 do ADCT da Constituição Federal brasileira de 1988. A luta pela garantia da terra pelos quilombolas se deu muito antes da constituinte, mesmo diante da efetividade do artigo 68 os desafios e a lentidão nas titulações ainda permanecem, mesmo diante das muitas estratégias de mobilização impostas pelos quilombolas.

Este dossiê busca refletir sobre quilombos no Brasil buscando compreender através de estudos sobre o tema e diferentes realidades empiricamente observáveis como estes agentes têm estabelecido formas de resistência que demarcam sua identidade étnica e funcionam como estratégias de mobilização diante dos muitos entraves que condicionam a titulação de suas terras, bem como as mobilizações para a manutenção dos territórios titulados. A compreensão de quilombo neste dossiê afasta-se da definição arqueológica (no sentido Foucaultiano) e das definições frigorificadas (Almeida, 2011). Busca-se compreender as estratégias dos quilombolas dentro de suas reinvenções de saberes como afirma Farias (2023), em que estes agentes articulam suas narrativas e práticas históricas dentro da dinamicidade em que a vida social impõem.

Serão aceitos trabalhos que busquem problematizar os desafios quilombolas na realidade contemporânea; discussões de cunho teórico e empírico sobre demarcadores de identidade que abordem narrativas míticas, ritos, sequências cerimoniais e diferentes formas de artes e saberes praticados pelos quilombolas; estratégias de mobilização étnica que tenham buscado a garantia de direitos diante da usurpação de seus territórios;  desafios passados e presentes mediante as políticas de Estado, que garantem direitos quilombolas e as que ameaçam as conquistas; narrativas históricas que envolvem a luta pela titulação, destacando momentos-chave e protagonismos quilombolas; análises de como a titulação contribuiu para a preservação e o fortalecimento da identidade das comunidades quilombolas ao longo desses quase 30 anos; desafios enfrentados pelas comunidades quilombolas desde a titulação até os dias atuais, bem como as conquistas alcançadas; estratégias de mobilização utilizadas para garantir os direitos territoriais quilombolas.

Saiba mais em: https://periodicos.uea.edu.br/index.php/contracorrente/announcement/view/53

 

Artigo anteriorDPE-AM: polo rio Negro vence prêmio nacional de defensoria intercultural Próximo artigoCARTA EM SOLIDADARIEDADE À CACICA MIRIAM TEMBÉ