Nova Cartografia Social Da Amazônia

VIII MARCHA DOS POVOS INDÍGENAS DO ESTADO DE RORAIMA: “TERRA MÃE: TERRITÓRIO, EDUCAÇÃO E SAÚDE – NOSSOS DIREITOS NÃO PODEM SER VIOLADOS”.


VIII Marcha dos Povos Indígenas do Estado de Roraima. Foto: Eriki Aleixo Wapichana

Foi realizada no dia 09 de agosto do corrente ano, a VIII Marcha dos Povos Indígenas do Estado de Roraima, em alusão ao dia internacional dos Povos Indígenas, organizada pelo Conselho Indígena de Roraima – CIR. O tema deste ano foi: “TERRA MÃE: Território, Educação e saúde – Nossos direitos não podem ser violados”.

A marcha reuniu mais de 500 indígenas de diversos povos, entre eles Macuxi, Wapichana, Ingarikó, Taurepang, Yanomami e Patamona, além de indígenas de outros estados brasileiros, como os Terena, Guarani-Kaiowá, Paitê-Suruí e Kaiagang.

O protesto se iniciou por volta das 7:00 horas da manhã concentrando-se na Praça do Centro Cívico, na cidade de Boa Vista – RR. Diversas atividades foram realizadas como oficinas de cartazes, entoanção de cantos e orações, dança do parichara, tudo para protestar e chamar atenção das autoridades, tendo em vista que os Direitos dos Povos Indígenas estão sendo retirados pelo atual Governo brasileiro.

Caminhada rumo ao MPF-RR. Foto: Eriki Aleixo Wapichana

O protesto ainda teve como objetivo manifestar-se contra diversas imposições do atual Governo, no que se refere à mineração em terras indígenas, desmatamento, o uso de agrotóxicos e contra um modelo de desenvolvimento, considerado predatórios pelos mesmos.

Diversas vezes, foi manifestado que tal modelo de desenvolvimento não é o que os povos indígenas querem, como afirmou a Coordenadoras da Mulheres Indígenas, Rosimeres Cavalcante.

“Nós não somos contra o desenvolvimento, nós contra esse tipo de desenvolvimento que este atual governo está nos impondo. Nós queremos ser consultados, ser respeitados, ter nossa cultura valorizada”.

Rosimeres Cavalcantes – Coordenadora das Mulheres Indígenas do Estado de Roraima, a direita e Marizete de Souza – Liderança Macuxi, a esquerda. Foto: Eriki Aleixo Wapichana

A Marcha seguiu pela manhã da Praça do Centro Cívico para a Secretaria Estadual de Educação (SEED), depois para o Ministério Público Federal de Roraima (MPF), e seguindo para a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Pela tarde, seguiu para a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) e finalizou no Palácio do Governo. Em todos os referidos órgãos, foi protocolado uma Carta Pública apontando diversas reivindicações, como regularização das terras indígenas ainda pendentes de demarcação, proteção dos territórios, concursos públicos diferenciados, reivindicação referentes ao Meio Ambiente e Sustentabilidade e ainda contra a precarização da saúde indígena.

Carta Pública dos Povos Indígenas sendo protocolada no Ministério Público Federal de Roraima – MPF/RR. Foto: Eriki Aleixo Wapichana

O protestou se encerrou por volta das 18:00 horas, com discursos das lideranças indígenas, reforçando a importância da marcha. Foi lembrado ainda a situação do Povo Wajãpi, que recentemente sofreu um ataque de garimpeiros em suas terras, deixando uma de suas lideranças morta. Os indígenas de Roraima prestaram homenagem e solidariedade aos seus parentes.

Ainda esteve presente a liderança indígena Ailton Krenak, que estava em Roraima para participar de um Congresso de estudantes na Universidade Federal local. O mesmo foi homenageado pelas lideranças indígenas de Roraima.

Ailton Krenak recebendo cocar de Enock Taurepang – Coordenador do Conselho Indígena de Roraima – CIR. Foto: Eriki Aleixo Wapichana

Nota Técnica elaborada pelo Pesquisador do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia Eriki Aleixo Wapichana.
Fotos de Eriki Aleixo Wapichana

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