Entre os participantes do evento estão representantes de povos e comunidades tradicionais e dos Grupos de Pesquisa do Projeto Nova Cartografia Social da Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Espírito Santo, Maranhão, Piauí, Amazonas e Pará. O objetivo principal é apresentar os contextos de pesquisa em situação de conflito, analisando de que maneira a produção de conhecimento do Projeto Nova Cartografia Social tem auxiliado na organização social de povos e comunidades tradicionais: indígenas, quilombolas, ribeirinhos, fundos de pasto, entre outras, bem como levantar dados sobre como os impactos produzidos pelo modelo de produção energética interferem nos territórios e na vida das comunidades.
Nos últimos dois dias, o debate tem como tema central os grandes empreendimentos de produção energética, as consequências decorrentes dos barramentos de rios, da implantação de parques de energia renovável (eólica e solar), da expansão de termelétricas à base de combustíveis fósseis e biocombustíveis, da exploração de petróleo na Foz do São Francisco e da ameaça de construção de uma central nuclear em suas águas. A exposição conta ainda com a participação de organizações da Colômbia e da Indonésia, ampliando o debate de modelos de produção energética em uma perspectiva global.
Para Franklin Plessmann de Carvalho, professor da UFRB e um dos organizadores do evento, “especificamente, ao mapear a implantação de parques eólicos ou solares, usinas hidrelétricas, fontes consideradas “limpas”, nos interessa analisar como a transição energética, em marcha ao longo do mundo, está sendo implantada aqui no Nordeste, em Minas Gerais e no Espírito Santo. Queremos analisar como tem afetado os povos e comunidades tradicionais com os quais trabalhamos”, ressalta Franklin.
O Encontro da Rede de Grupos de Pesquisa Nova Cartografia Social tem apoio da Fundação Ford, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ, do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE e será transmitido ao vivo pela TV UFRB. A Casa Preta Hub é parceira do evento, seu espaço de economia colaborativa receberá exposições fotográficas dos grupos de pesquisa, além da organização da Feira de Saberes e Sabores que acontece nas noites culturais do encontro.
Grupos de Pesquisa Nova Cartografia Social
O evento é organizado pelos grupos de pesquisa: Núcleo de Estudos em Agroecologia e Nova Cartografia Social (UFRB), o Grupo de Pesquisa em Ecologia Humana (GPEHA/UNEB); o Laboratório de Estudos sobre Ação Coletiva e Cultura (LACC/UPE), o Grupo de Pesquisa Etnologia, Tradição, Ambiente e Pesca Artesanal (ETAPA/UFRN), o Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental (NIISA/UNIMONTES), e o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (UFES). Os grupos passaram a se reestruturar em um contexto mais amplo de construção de conhecimentos, incorporando pesquisadores indígenas, quilombolas, pescadores, de fundos e fechos de pasto, vazanteiros, de povos de religião de matriz africana, entre outros.
Atualmente, esses grupos de pesquisa são responsáveis pelos projetos: “Nova Cartografia Social de Comunidades Quilombolas do Nordeste: Fortalecimento de Centros de Ciências e Saberes” e “Articulação de saberes, resistência e impactos de grandes empreendimentos em comunidades tradicionais na BA, RN, PE, MG e ES”.
Refinaria petroquímica nas águas da Bahia de Todos os Santos
Cartografia social do povo indígena Mendonça/RN.
Contatos:
Franklin Plessmann de Carvalho – 71 99920-1602
comunicacaocartografia@gmail.com