No auditório do Campus Universitário do Marajó – Soure da Universidade Federal do Pará ocorreu, no dia 31 de março, a primeira parte da programação dos visitantes quenianos no arquipélago de Marajó. A escolha de Soure e Salvaterra tem motivações nas prolongadas atividades de pesquisa com quilombolas, pescadores, extrativistas e pajés nesses municípios do arquipélago de Marajó. Desde 2003, realizam- se diversos estudos sobre os quilombolas com uma contribuição concretizada em relatórios, artigos, teses, dissertações, monografias de conclusão de curso e livros. O primeiro fascículo publicado no Pará do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia foi sobre os Quilombolas de Salvaterra (7 Quilombolas do Marajó). No presente, vários estudantes do curso de Etnodesenvolvimento se autodefinem como quilombolas e nesse ato compunham parte do público.
Mais de 60 pessoas estiveram no auditório, entre professores, estudantes, lideranças de movimentos sociais e convidados do Campus Acadêmico de Abaetetuba, unidade que acolheu a programação com empenho e interesse. A abertura foi presidida pelo professor Anderson Francisco Guimarães Maia, Coordenador do Campus que destacou a relevância da programação para o Campus de Soure, recentemente, inserido em atividades de educação diferenciada, que deve representar um compromisso dessa unidade.
Encerrada a mesa de abertura, a professora Eliana Teles destacou as atividades de pesquisa do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, entre 2011 e 2014 para execução do projeto “Mapeamento Social como instrumento de gestão territorial contra o desmatamento e a devastação: processos de capacitação de povos e comunidades tradicionais” que ampliaram as relações de pesquisa e os estudos com os quilombolas nos municipios de Portel, Curralinho e Cachoeira do Arari. Essa pesquisa destacou situações sociais e experiências de organização de quilombolas, pescadores, extrativistas, ribeirinhos e morades de cidades do arquipelago e foi coordenada pela professora Rosa Acevedo.
O Boletim Informativo 7. Direitos Territoriais. Território de Povos e Comunidades Tradicionais no Arquipélago de Marajó representa uma sintese das pesquisas nos municipios de Breves, Curralinho, Portel, Melgaço e Cachoera do Arari (2008-2014) e estudos anteriores realizados em São Sebastião do Arari, Soure, Salvaterra, Ponta de Pedras. Muitos dos debates convergem para o debate sobre os direitos territoriais e foram trocados durantes os Encontros. A pesquisadora Eliana Teles detalhou essa produção e o cerne das informações contida no Mapa Questões socioambientais e ordenamento territorial no Arquipelago do Marajó e municípios do Baixo Tocantins.