A audiência pública sobre a expansão do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e as ameaças de deslocamentos compulsórios das comunidades quilombolas aconteceu no último dia 25 de maio sob convocação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Alcântara (STTR), do Movimento dos Atingidos pela Base Espacial de Alcântara (MABE) e do Movimento de Mulheres Trabalhadoras de Alcântara (MONTRA).
A audiência foi realizada na sede do Sindicato e contou com a presença de seus representantes, do MABE, do MONTRA, de comunidades do território de Alcântara, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), das Secretarias estaduais de Ciência e Tecnologia, de Direitos Humanos e de Igualdade Racial, da Câmara Municipal e do prefeito de Alcântara.
Diante do pronunciamento do ministro da defesa Raul Jungmann no último mês de abril, de que o governo brasileiro está abrindo a negociação da concessão do Centro de Lançamento de Alcântara junto à Rússia, à França e aos Estados Unidos, e de que seriam necessários mais 12 mil hectares para a expansão do CLA, os movimentos quilombolas e de trabalhadores de Alcântara nessa audiência pública exigiram ser consultados quanto a tais negociações, tendo em vista a ameaça de novos deslocamentos compulsórios das comunidades. Sustentam sua exigência no direito à consulta prévia estabelecido nos artigos 6º e 7º da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Brasil e promulgada por meio do decreto 5.051/2004.
Após a audiência pública, foi feito o lançamento do livro escrito por representantes do STTR Lutas em memória: a luta pela “terra” reforçada pela luta em defesa dos “territórios” quilombolas com uma sessão de autógrafos.