Foi realizada no dia 03 de dezembro de 2019 a V Marcha dos Povos Indígenas do Amazonas. A Marcha reuniu mais de 1.200 indígenas de diferentes povos e diversas organizações, além de apoiadores da causa indígena.
A Marcha teve início às 15:00 horas, concentrando-se primeiramente na Praça da Saudade, onde se localizava um antigo cemitério indígena, hoje inteiramente apagado da memória oficial. Houve várias reuniões preparatórias que garantiram a participação de lideranças do Alto Solimões e dos Rio Negro e Purus. Durante o evento diversas atividades foram realizadas, como oficinas de cartazes, que levavam as reivindicações contra as políticas de retirada de direitos territoriais do atual Governo. Além de protestarem contra a intrusão de grandes empreendimentos em terras indígenas, tais como construção de estradas, de hidrelétricas e de linhões de transmissão de energia, os participantes gritaram consignas contra a invasão sistemática de suas terras por garimpeiros e empresas mineradoras, sem qualquer licenciamento ambiental. A ilegalidade da extração mineral foi um dos principais pontos abordados pelas alocuções feitas pelas lideranças em cima de pequenos veículos que integravam a Marcha.
Ao longo da Marcha, não choveu e a temperatura se manteve elevada, foram entoados cantos e danças reafirmando as atividades deste fim de verão amazônico, quais sejam, as derradeiras farinhadas, que antecedem à estação chuvosa.
Tendo como ponto de partida a Praça da Saudade, a Marcha seguiu pelas ruas do centro da cidade, com ampla interlocução com os que frequentavam o comércio, em direção à Praça do Congresso, onde diversas lideranças puderam manifestar seu repúdio contra a violação de seus direitos elementares assegurados pela Constituição Federal. Os Indígenas ainda prestaram homenagens a outras lideranças de outros estados que foram assassinadas no ano de 2019, como Paulo Paulino Guajajara da T.I. Araribóia, no Maranhão.
Finalmente na Praça do Congresso os manifestantes cantaram e dançaram, além de proferirem discursos explicitando as incongruências da atual política indigenista.
Nota Técnica elaborada pelo Pesquisador do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia Eriki Aleixo.
Fotos de Eriki Aleixo