Aconteceu entre os dias 03 e 05 de julho de 2018, na comunidade quilombola de Monte Alegre, município de São Luís Gonzaga o “Seminário Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais protagonistas de sua história”. Organizado pelo Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), o referido evento teve como debate central avaliar a política nacional de Povos e Comunidades Tradicionais –PCTs objetivando construir caminhos para a autonomia e exigência do cumprimento de seus direitos. Os agentes sociais representantes de povos e comunidades tradicionais expuseram as ameaças e conflitos que estão sofrendo face a monocultura de soja; efeitos da implantação de mineração; parques nacionais e conflitos com pretensos proprietários e terras, designados fazendeiros, possibilitando assim um diálogo entre as unidades sociais representadas na busca de direcionamentos pela garantia de direitos e defesa de seus territórios.
No seminário estiveram presentes povos e comunidades tradicionais de diversas identidades, como: Mangabeiras, Ribeirinhos, Andirobeiros, Raizeiros, Geraizeiros, Veredeiros, Quilombolas, Faxinalenses, Retireiros, Extrativistas, Apanhadoras de Sempre Viva, Caiçaras, Ciganos, Catingueiras, Povos de Terreiro, Fundo e Fecho de Pasto, Pomeranos, Extrativistas Costeiras e Marinhos, Vazanteiros, Pantaneiros, Benzedeiras e Pescadores. Além dos representantes dos PCTs, se fizeram presentes representantes do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública da União, além de diversas outras organizações não governamentais (ONGs). A presença de representantes do Ministério Público promoveu o diálogo sobre a construção de estratégias de permanência, garantia e efetivação dos direitos conquistados para Povos e Comunidades Tradicionais. Na ocasião os agentes sociais foram entregaram denúncias de violações de direitos.
A comunidade de Monte Alegre que recebeu o evento, vem vivenciando continuamente violações dos seus direitos. Esta situação de tensão social motivou a realização do evento nessa localidade, juntamente com uma visita técnica do Ministério Público e debates para construção de estratégias visando a titulação definitiva do território como quilombo.