Nova Cartografia Social Da Amazônia

Revisitando as frentes de expansão


O parafrasear  do titulo do evento “Revisitando as ‘Frentes de expansão’” na metafrase “Revisitando o ‘Frentes de Expansão’” elaborada pelo professor Otávio Velho configura o fio dos argumentos desenvolvidos, com didatismo e brilho pelo ministrante da Aula Aberta/Palestra que ocorreu no Auditório da Universidade Estadual do Maranhão, no passado 6 de junho de 2014.

Depois de três décadas o antropólogo  Otávio Guilherme Velho retorna a São Luis para o lançamento do livro Frentes de Expansão e Estrutura Agrária:  Estudo do  Processo de Penetração numa área da Transamazônica, resultado da dissertação de Mestrado,  a primeira defendida em 1970, no Museu Nacional de Rio de Janeiro.   Portanto,  são todos fatos da ordem da História.  Contudo, novos elementos são apontados pelo autor:  “Mas,  esse livro não é um livro de História, embora se torne um documento de histórias, ele também não é um documento”.

Tal alinhamento de argumentos esteve acrescido de detalhes pelo  autor  ao ressaltar que ‘o  Frentes de Expansão’,  já teve três edições  (1972, 1981, 2013). A publicada na Amazônia inaugura a Coleção Antropologia da Amazônia cujas intenção é “baseada numa ação pedagógica de fundamento etnográfico”.  Velho examina e opina que o Frentes de Expansão é profundamente etnográfico: “o que ele tem de etnográfico é o que mais resistiu ao tempo. É um texto de  Antropologia que ganha relevância pela sua etnografia, pois ao seguir os canones trazia a sua resistência ao tempo”.

Desde essa perspectiva  o antropólogo revisitou os detalhes do que escreveu: “e  o revejo, isto sem prejuízo,  sem não deixar de mencionar falhas e lacunas, pois a produção no campo intelectual é do tempo em que foi feita,  pelo que sugiro aos colegas que o leiam e estudem criticamente,  cada um a partir de suas próprias experiências”.

O Frentes de Expansão e Estrutura Agrária faz  par com o segundo livro Campesinato Autoritário e Campesinato, sua tese de doutorado (1976, 1979  e 2013, publicado em México)   no qual adentra,  aprofunda os objetos de pesquisa que informam as questões que articulou na sua trajetória acadêmica.

Na continuidade da Aula Aberta fez os comentários de um “Caminho pelo livro”  iniciando com observações sobre o trabalho de campo, dizendo:  “este não é um material bruto, pois a leitura tem que ser critica levando em conta o contexto histórico,  as próprias teorias que são uma situação de época”.  Portanto, a releitura,  a reconstituição é muito instrutiva para os objetos de hoje.  Os sujetos presentes estão sujeitos a enquadramentos e revisão desse tipo, o que é  o próprio da atividade científica.  O professor sublinho  o imperioso de tal trabalho “que deve estar livre do messianismo e ser consciente do caráter coletivo. Igualmente ser modesto em relação ao que fazemos”.

Otávio Velho  comentou os últimos tempos levados à rememoração, à publicação de livros como volta. Também são os tempos da descomemoração dos 50 anos da ditadura, chamada militar-civil.  Falar dessas  circunstancias é também situar a  complexidade em que o trabalho de campo do Frentes de Expansão foi produzido e as experiencias, as “vivencias que viveu a partir desse conhecer os povos  dos quais os intelectuais costumam falar de forma abstrata”.

Das experiencias ressaltou que nos debates da época,  nas entrevistas captava-se o que estava colocado.  Um deles era o significado da agricultura camponesa, ressaltando sua positividade, o que não era/ não é obvio, no campo democrático, pois ela não tem lugar no desenvolvimento economicista.  Não raro defendem-se os grandes projetos e  a agricultura camponesa deve desaparecer.

O palestrantes  ressaltou seu pensar de forma projetiva  o que em relação ao livro na sua terceira edição apresenta-se como posicionamento crítico aos leitores que convida a identificar o que ficou de fora, mas com o olhar de hoje.  Desde o inicio o professor Otávio Velho observou de forma entusiasta e  emocionada  a beleza da edição, que evidencia a manifestação de carinho de Alfredo Wagner, seu ex-aluno.

Os acompanhantes na Mesa, o público formado por discentes do PPCSPA, alunos de graduação e professores  usufruíram de um tempo de debate.   Alfredo Wagner ressaltou a Aula Aberta do professor Otávio Velho  a forma de entender e falar com simplicidade do trabalho cientifico, o ato de apreender  a partir do mostrar e ensinar onde residem as dificuldades, o mostrar nossos próprios equívocos, nossos próprios erros.  Desta forma maximizar  apreender o que esta ao nosso alcance.   Dialogando sobre a Etnografia  reapresentou  o livro Frentes de Expansão como “forma de discutir os Clássicos com Outros Clássicos  e o buscar de outras referencias que são igualmente clássicas”.

O público  estabeleceu  um dialogo muito compenetrado com muitas possibilidades  de desenvolvimento, nas quais se destacaram as concernentes ao próprio livro  (Como chegou ao tema Frentes de Expansão?  Que recomendação para um aprendiz  fazer sua etnografia?   De que forma  a noção frentes de expansão permite uma compreensão de realidades localizadas na atualidade)  e  as suas circunstancias atualizadas  (O que é que resta da ditadura?)

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Mesa da Aula Aberta/Palestra Revisitando as Frentes de Expansão, no dia 6 de junho de 2014. Auditório da UEMA.

 

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Momento de confraternização dos presentes com o prof. Otávio Velho, no auditório da UEMA.

 

Segundo  ato:  Lançamento do livro   “Frentes de Expansão e estrutura agrária:  Estudo do  Processo de Penetração numa área da Transamazônica  no auditório da Universidade Estadual do Maranhão.

Finalizada  a aula,  e acalmada a chuva,  os presentes se dirigiram ao prédio do Programa de Pós-Graduação em Cartografia Social e Política na Amazônia  para o coktail e sessão de autógrafos,  o que está captado nos registros fotográficos, a continuação.

 

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De esquerda para direita: Helciane Araújo, Alfredo Wagner, Otávio Velho e Daniela

 

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Otávio Velho é convidado para a sessão de autógrafos.

 

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Otávio Velho assina autógrafo para a aluna Luciana, ao lado Giovanna Machado Aires aguarda com os livros para serem autografados.

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