Projeto de Mapeamento Social como Instrumento de Gestão Territorial contra o desmatamento e a devastação – Processo de capacitação de povos e Comunidades Tradicionais – FUNDO AMAZÔNIA – BNDES
Relatório de atividades: outubro a dezembro de 2011.
Pesquisadora: Ananda Machado
Manaus, dezembro de 2011.
Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia – Núcleo Roraima
Projeto “MAPEAMENTO SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO TERRITORIAL CONTRA O DESMATAMENTO E A DEVASTAÇÃO: Processos de capacitação de povos e comunidades tradicionais”
Relatório de Atividades
Período: outubro a dezembro de 2011
Desde fevereiro vimos buscando listar os problemas relacionados ao desmatamento no Estado de Roraima. Como sou professora no Instituto insikiran de Formação Superior Indígena, termino por olhar mais para as problemáticas que atingem as Terras Indígenas. Dessa forma averiguamos que a Plantação de acácias financiada pelo grupo suíço FIT Timber Growth Fund vem causando uma série de problemas principalmente para as comunidades das Regiões: Serra da Lua, Taiano e Murupu. A extração de madeira não é o principal problema nas TIs, mas acontece em pequena escala e raras vezes para a venda. Acontece mais para a construção de casas, plantio de roças e criação de gado. Outra questão que vem sendo discutida e há forte resistência da maior parte das lideranças indígenas são os projetos de Construção de hidrelétricas e mini hidrelétricas. O garimpo na TI Yanomami merece atenção e as lideranças pedem ajuda. Essas foram as principais questões elencadas.
Realizamos reuniões para apresentação do projeto e levantamento de informações sobre as situações associadas aos processos de desmatamento na Fundação Nacional do Índio – FUNAI, no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA,Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (FEMARR), Secretaria Estadual de Planejamento (SEPLAN). Destas apenas a FUNAI e o INCRA logo na primeira reunião expuseram vários problemas e se mostraram abertos a contribuir com todo material possível. No entanto seus dados estão espalhados, ainda não conseguiram sistematizá-los em suas próprias “casas”. Nas outras duas instituições uma preferiu nos telefonar posteriormente e outra precisaremos voltar depois, mas sem garantia de conseguir acesso a muitos documentos.
Estive na “Exposição Amazônia Povos e Comunidades Tradicionais”, promovida pelo PNCSA e realizada nos dias 14 a 18 de outubro de 2011, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Quando a participação de lideranças quilombolas, indígenas, das quebradeiras de coco, dentre outras abrilhantaram o evento. Foi muito gratificante levar um grupo na “Aldeia Maracanã”(antigo Museu do Índio fundado por Darcy Ribeiro), quando as lideranças visitantes apoiaram e incentivaram a luta que iniciou em 2004.
Frequentei os dois dias do Seminário Diversidade Socioambiental de Roraima, promovido pelo Instituto Socioambiental (ISA), nos dias 08 e 09 de novembro de 2011, no auditório da Universidade Federal de Roraima. Ali foram apresentados os trabalhos e divulgadas as formas de parcerias com os grupos de Roraima, do Xingu e do Pará. A mesa com fazendeiro de Paragominas chamou a atenção. Foi a primeira vez que vi um fazendeiro apresentando a iniciativa de seu sindicato sobre o reflorestamento de áreas degradadas. Depois soube que fizeram isso para saírem da lista dos que infringiram as Leis ambientais, mas no evento muitos da platéia ficaram atônitos e até encantados com o projeto. Houve mesa com representantes de movimentos sociais de Jauaperi, quando o representante do MPF presente se comprometeu em considerar a fala dele gravada pelo ISA como uma denúncia e assim ajudá-los a resolver o problema. E Julio Macuxi representou e fez uma apresentação pelo CIR. Em suma, discutiu-se sobre as possibilidades de RED em RR.
No dia 17 de novembro eu e Carmen fomos ao CIR para reunião e o coordenador Mário Nicácio reconsiderou, como tinha feito no dia 06 de junho, que se a pesquisa viesse a somar, continuar, fazer junto ao trabalho do CIR seria bem vinda. Não gostaria que desenvolvêssemos um trabalho de cartografia em paralelo, sem considerar o trabalho que o CIR realiza nesse campo (Plano de gestão e acompanhamento ambiental). Mário sugeriu que fortalecêssemos os núcleos dentro das comunidades, uma vez que pelo PPTAL muitos indígenas aprenderam a usar o GPS. Falou do sonho de que o etnomapeamento seja prática contínua nas escolas indígenas. Quando falamos do CIR disponibilizar seus mapas disse que quando fizéssemos a reunião eles iriam apresentar, portanto negou a possibilidade de incluirmos os dados do CIR no “mapão” que planejamos fazer. Além disso ele criticou que na carta de apresentação da pesquisa não separamos “povos indígenas”, tratando-os como povos tradicionais. Concordei com sua crítica e nos comprometemos em refazer o documento.