MAPEAMENTO SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO TERRITORIAL CONTRA O DESMATAMENTO E A DEVASTAÇÃO. Processos de capacitação de povos e comunidades tradicionais

 

 

MAPEAMENTO SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO TERRITORIAL CONTRA O DESMATAMENTO E A DEVASTAÇÃO. Processos de capacitação de povos

e comunidades tradicionais

 

O presente relatório apresenta as atividades desenvolvidas, no âmbito do Projeto “Mapeamento Social como Instrumento de Gestão Territorial contra o Desmatamento e a Devastação. Processos de capacitação de povos e comunidades tradicionais”, no período de outubro a dezembro do ano de 2011. Cabe relatar que, no período de janeiro a setembro do referido ano, diversas atividades foram desenvolvidas, com o objetivo de criar as condições de infraestrutura e de formação de recursos humanos necessários para o desempenho do Projeto, no eixo Santa Inês-Imperatriz-Tocantins.

Inicialmente, foi formado o Grupo de Estudos Educação e Cultura Política (GEECP) que integra professores e alunos dos cursos de Pedagogia, Letras e Enfermagem do Centro de Estudos Superiores de Santa Inês (CESSIN-UEMA). O grupo encontra-se em fase de estruturação, de cadastro junto à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e de registro junto ao CNPQ.

 

Tendo em vista os objetivos do Projeto Fundo da Amazônia, apresentamos dois projetos o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e obtivemos aprovação de quatro bolsas, sendo duas do PIBIC/CNPq e duas do BIC/FAPEMA. Os referidos projetos de Iniciação Científica são intitulados: 1) Narrativas em Movimento: resistência na Pré-Amazônia Maranhense; 2) Condições de vida na região dos babaçuais: as especificidades das quebradeiras de coco babaçu. O primeiro é vinculado aos interesses de pesquisa do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia. O segundo é fruto de uma parceria firmada com o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB. Nos dois projetos contamos com uma equipe de professores colaboradores e de alunos voluntários dos cursos de Letras, Pedagogia e Enfermagem

 

Apresentamos ainda um projeto ao Programa Institucional de Bolsas de Extensão – PIBEX 201, obtendo aprovação de uma bolsa para a execução do projeto intitulado “Educação e Meio Ambiente: cuidados e prevenção com o lixo urbano”, projeto realizado na escola Edmilson Gonçalves, do bairro Canaã, cidade de Santa Inês e que conta com um grupo de seis alunos voluntários dos cursos de Pedagogia e Enfermagem e de professores colaboradores do curso de Pedagogia.

 

Como desmembramento deste trabalho, foi montada uma sala e inaugurado o Núcleo de Pesquisa e Extensão do CESSIN (Foto), no dia 21 de setembro de 2011. O Núcleo é o espaço de realização das atividades dos projetos de PIBIC e de PIBEX, do GEECP e do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia – PNCSA/Fundo da Amazônia.

 

Além das atividades previstas no projeto, o GEECP vem realizando leituras e discussões de textos e livros sobre Metodologia de Pesquisa, Memória Coletiva e Narrativas e publicações sobre as condições de vida nos babaçuais.

 

No âmbito do PIBIC intitulado “Narrativas em Movimento” estamos realizando um mapeamento das organizações e identidades coletivas atuantes na cidade de Santa Inês e seu entorno. Já realizamos contatos com o senhor Antônio Pedro dos Santos Ferreira, presidente da Tenda Espírita de Umbanda São Lourenço; os senhores José Eduardo Silva e José Luís dos Santos, presidente e ex-presidente (respectivamente) da Associação de Bumba Meu Boi Estrela do Vale; a senhora Rosangela dos Reis Brandão, coordenadora da Culturarte Companhia de Dança; a senhora Florícia Ferreira dos Santos, presidente da Associação do Clube de Mães da Cohab; o senhor João da Cruz Vieira, presidente Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar; a senhora Maria do Socorro Santos Sousa, presidente da Associação de Moradores do Parque Santa Cruz; e como senhor Fabriciano dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santa Inês.

 

No âmbito do Projeto “Condições de Vida nos Babaçuais”, por meio de oficinas e visitas às áreas de cobertura do MIQCB, estamos fazendo um levantamento das condições de vida das quebradeiras, nos eixos saúde, educação e violência doméstica. Foram realizadas oficinas exploratórias nos dias 22 e 23 de julho na cidade de Pedreiras (MA); dias 29 e 30 de julho na cidade de São João do Arraial (PI); 14 e 15 de outubro, na cidade de São Miguel (TO); e 29 e 30 de outubro em Penalva (MA).

 

Paralelo a essas ações, temos contribuído para o trabalho do Núcleo do PNCSA, em São Luís. Participamos do lançamento do livro “Insurreição de Saberes, ocorrido no dia 31 de agosto, no auditório do Centro de Educação, Ciências Exatas e Naturais da UEMA. Nos dias 29 e 30 de setembro de 2011, participamos do Seminário “Territorialidades Ameaçadas”, organizado pelo o Centro de Cultura Negra e Grupo de Estudos Socioeconômico da Amazônia (GESEA) vinculado ao Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Nesse evento participamos com a exposição dos resultados preliminares de uma pesquisa em andamento, junto à Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos – SMDH, sobre a “Criminalização dos movimentos sociais e dos defensores de direitos humanos”.

 

No dia 25 de novembro, realizamos o lançamento do livro “Memória, Mediação e Campesinato: as representações de uma liderança sobre as lutas camponesas da Pré-Amazônia Maranhense”. O lançamento foi realizado no auditório do Centro de Estudos Superiores de Imperatriz (CESI/UEMA), com a presença da liderança camponesa Manoel da Conceição e da professora Cynthia Martins que, na oportunidade, falou sobre o tema “Memória coletiva e conflitos étnicos”, ressaltando a importância de estudos sobre memória coletiva em regiões do perfil da cidade de Imperatriz, onde têm sido registrados muitos conflitos envolvendo povos e comunidades tradicionais e grandes empreendimentos econômicos.

 

No dia 9 de dezembro de 2011, participamos da reunião dos pesquisadores  do PNCSA/GESEA, na sala do GESEA/PNCSA, na UEMA/São Luís. Na reunião foi apresentado o Projeto “Mapeamento Social como instrumento de gestão territorial contra o desmatamento e a devastação: Processo de capacitação de povos e comunidades tradicionais”. Na ocasião, foi feito o planejamento semestral das atividades do núcleo. Dentre as atividades sugeridas estão: Curso sobre organização do movimento negro – Aniceto Cantahede e Davi Pereira Júnior: assistentes: Mauricio Paixão, Jullyane Mendes, Pollyana Nascimento; Elaboração de um curso sobre os movimentos sociais e mobilizações no Maranhão – Helciane Araujo: assistente: Mariana Leal, Dorival dos Santos, Ana Carolina; Curso sobre mobilizações e saberes – Cynthia Carvalho Martins – assistentes: bolsistas PIBIC, Jullyenne e Gardenia Ayres.

                 

Ainda no mês de dezembro (dia 14), participamos de uma reunião com a coordenação do MIQCB para apresentar os resultados preliminares das quatro oficinas realizadas e para um diálogo acerca das particularidades da pesquisa. A partir daí as  atividades foram voltadas para a organização das oficinas preparatórias do Projeto Fundo da Amazônia, marcadas para os dias 16 e 17 de janeiro, em Santa Inês, e para os dias 18, 19 e 20 de janeiro, em Imperatriz, conforme programações anexas.

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