Pesquisador: Marcos Vinícius da Costa Lima

Período: agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro de 2011

Local: as atividades desse período ocorreram em Belém, em Mojuí dos Campos e Santarém no Pará.

 

1ª Etapa – Visitas à campo – identificação das comunidades que estarão desenvolvendo os trabalho de  cartografia, Visita às lideranças para: estabelecer o cronograma de atividades e reuniões com as comunidades  envolvidas diretamente no projeto, planejamento (esboço preliminar) da logística de deslocamento (transporte,  alimentação…), comunicação (articulação e mobilização), definição dos espaços físicos para a realização das oficinas assim como dos recursos materiais que serão necessários (infraestrutura).

2ª Etapa – Realização de Oficinas para levantamento de questões situacionais – Em cada comunidade será realizada tantas oficinas que forem necessárias, pois de acordo com as demandas sociais, será redefinido o número de oficinas a realizar, objetivando alcançar a totalidade das questões levantadas pelas próprias comunidades.

3ª Etapa – Realização de Oficinas de GPS e Noções Cartográficas – Processo de capacitação cartográfica com atividade práticas de coletas de informações georeferenciadas, quando necessárias, alimentando também o banco de dados pré-estabelecido pela equipe de trabalho.

4ª Etapa – Elaboração e produção de Mapas Situacionais – Aquisição da base vetorizada das localidades, inserção de dados georreferenciados, Processo de compilação da base de dados digital para formatação de mapas situacionais. Criação e digitalização da iconografia temática para os mapas situacionais. Impressão de mapas para análise e inserção de novos dados situacionais pelas comunidades tradicionais envolvidas.

5ª Etapa – Confecção dos mapas – Retificações dos dados pós-avaliados e sugeridos pelas comunidades envolvidas, impressão final dos produtos cartográficos.

 

Ainda que o mês um do projeto seja outubro, foram realizadas algumas atividades preliminares nos meses de agosto e setembro que entendemos ser importante incluir no relatório. No período acima referido foram feitas diversas atividades, conforme descrição a seguir.

 

2.1 Organização do espaço de trabalho. Reunião da equipe de Santarém em Belém, na sede do Instituto Amazônico de Planejamento, Gestão Urbana e Ambiental (IAGUA), no dia 11 de agosto de 2011.

 

2.2 Ainda no mês de setembro foram feitas articulações junto a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), para seção de espaço físico destinado a instalação do projeto e reuniões de organização da equipe.

 

2.3 Em novembro tivemos a confirmação da cessão de espaço físico para instalação do projeto: uma sala (equipada com mesas, cadeiras, uma impressora e dois computadores) que poderá ser utilizada pela equipe do projeto Mapeamento Social, em conjunto com a equipe do Programa de Extensão em Patrimônio Cultural (do qual os professores Judith Vieira e Bruno Mileo são também membros). A sala também abrigará o Observatório de Políticas Econômicas do Programa de Ciências Econômicas e Desenvolvimento Regional.

 

2.4 Em Belém participamos da organização e inauguração da sala 211 (ocorrida no dia 18 de novembro) destinada ao projeto Mapeamento Social, instalada no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará. A sala está equipada com duas mesas de trabalho e estantes, com instalação de terminais para conecção de  internet de banda larga.

 

2.5 Grupo de estudos e reuniões de trabalho da equipe e atividades de coordenação. Participação em reuniões de trabalho das equipes de Belém e Santarém destinadas ao planejamento das atividades a serem realizadas: Em Santarém foram realizadas reuniões nos dias 07, 08 e 09 de setembro. Nos meses seguintes temos acompanhado a equipe por meio de email e telefone. Em Belém, foram realizadas reuniões nos dias 14 e 25 de novembro e 06 de dezembro.

 

Foram selecionadas para o grupo de estudos inicialmente as seguintes leituras:

1. BOURDIEU, P. O poder simbólico. Rio de Janeiro. Bertran Brasil, 2000. –

Capitulo II: introdução a uma sociologia reflexiva (págs. 17-58) ;

2. BOURDIEU, P. A miséira do mundo. Rio de Janeiro. Editora Vozes, 1997. –

Compreender. (pgs. 693-713) ;

3. BOURDIEU, P. Os usos sociais da ciência : por uma sociologia critica do campo

científico. São Paulo. Editora UNESP., 2004.

4. ALMEIDA, A. W. B. Terras de quilombos, terras indígenas, ‘babaçuais livres’,

‘castanhais do povo’, faxinais e fundos de pasto : terras tadicionalmente

ocupadas. Manaus, PPGSCA-UFAM, 2006. (2ª edição 2008).

 

3.1 Foram realizadas pesquisas, em instituições governamentais (IBGE, EMBRAPA, IDESP, SIPAM), sobre levantamento de dados geográficos das cidades de Santarém e Mojuí dos Campos, assim como aquisição de bases cartográficas digitais de comunidades, assentamentos, terras indígenas, unidades de conservação federal.

 

Com as bases oficiais foi realizada a análise de compatibilidade do sitema de georeferenciamento com as formatações (projeção cartográfica) das fontes adquiridas.

 

Em seguida, foi confeccionado dois mapas básicos e preliminares, em escalas pequenas, sendo um com a representação das comunidades, dos assentamentos, das terras indígenas, das unidades de conservação federal, e no outro as divisões políticas dos municípios, das estradas (rodovias estaduais, federais e vicinais) e das drenagens para servirem de orientação nos trabalhos de campo.

 

3.2 Reuniões preparatórias ao encontro regional; preparação do encontro regional; levantamento de informações para produção de Cartilha e do Mapa Situacional

 

– No dia 07 de setembro, foi realizada uma reunião com a diretoria do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Mojuí dos Campos (STTR). Na reunião foi feita apresentação do Projeto Nova Cartografia Social e “Projeto mapeamento Social como Instrumento de Gestão Territorial contra o Desmatamento e a Devastação: processos de capacitação de povos e comunidades tradicionais”.

 

–  Participaram da reunião cinco lideranças sindicais. As lideranças apontam como situação de conflito, as quais apresentam como demandas a serem trabalhadas:

a) os embates e negociações entre as famílias de agricultores e a Eletronorte por conta dos impactos causados pela Hidrelétrica de Curua Uma;

b) as situações de disputa pela terra (conflitos fundiários), principalmente os ocorridos no Assentamento “Bom Sossego” (exploração de madeira) e com os produtores de soja. Após a reunião foi realizada visita na Hidreletrica do Curua Una.

 

– No dia 08 foi realizada pesquisa de campo, com o acompanhamento de uma liderança sindical, nas comunidades de Boa Vista e Xavier localizada no lago da hidrelétrica. Lá foram feitas visitas aos moradores das comunidades e próximos das rodovias onde também entrevistamos e registramos em áudio os depoimentos e fotografamos os elementos sociais que compõem a organização espacial desse território.

 

– No dia 09 foi realizada uma viagem de campo pela Rodovia Santarém Jabuti, sendo esta registrada as coordenadas geográficas por meio do uso de GPS/ Garmin Cx e fotos.  Foram identificados e marcados os principais pontos de referência para confrontação das bases para em seguida  gerar um mapa preliminar a ser utilizado nas oficinas de cartografia social que estão sendo agendadas junto as comunidades para o ano de 2012.

 

Com a viagem de campo já é possível com as informações levantadas elaborar uma

cartografia social. Pois foi possível observar e registrar a existência de grandes áreas de plantação de soja.

 

Ainda como atividade de sistematização de informações, no período do relatório, foram realizados os levantamentos de fontes secundárias e jornalísticas sobre a expansão da soja na região.