Nova Cartografia Social Da Amazônia

Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia é apresentado no Programa Sem Censura, TV Cultura, Belém, Pará


Na tarde do dia 7 de março passado, o Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia teve uma breve apresentação, feita pela pesquisadora Rosa Acevedo, no Progama Sem Censura na TV Cultura em Belém – Pará. Inicialmente, havia sido divulgada a entrevista contando com a presença do prof. Alfredo Wagner, coordenador do PNCSA, que teve um impedimento para estar em Belém naquela data.

A jornalista Renata Ferreira formulou comentários e questões que giraram sobre o surgimento, objetivos, resultados e sobre a articulação de pesquisadores e movimentos na rede constituida pelo PNCSA. Rosa Acevedo destacou o ano 2005, em Manaus, durante o Fórum Social Pan-Amazônico (18 a 22 de janeiro) quando se realizou o “Seminário Populações Tradicionais e Questões de Terra na Pan-Amazônia” com convidados de países da Pan-Amazônia e America Central, somando-se à delegação da India. Nesse Seminário, vários participantes – quilombolas de Alcantara, de Salvaterra, Concórdia do Pará, quebradeiras de coco babaçu – levaram seus mapas apontaram neles as formas de uso tradicional, as situações de conflitos com fazendeiros, madeireiros, empresas, obras de infraestruturas, entre outras, e as estrategias para reivindicar o acesso aos recursos naturais e a garantia de direitos territoriais.

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Nesse evento lançaram-se os fundamentos do trabalho de pesquisa da Nova Cartografia Social; nele forjou-se a ideia de uma rede de movimentos sociais, com a particularidade de constituir uma rede de mobilizaçoes localizadas e de pequenos estudos. A proposição daquele debate continua em construção até o presente: cada identidade coletiva, com meios técnicos e recursos teóricos passa a produzir o debate e a interlocução sobre situações sociais especificas que são objeto de mapeamento e o produto apoia reivindicações face ao Estado, sobre direitos étnicos e territoriais. Os pesquisadores realizam o apoio aos trabalhos de mapeamento social dos agentes sociais.

No relativo aos procedimentos em campo apresentaram-se as práticas de pesquisa nas oficinas de cartografia e as especificidades dos mapas situacionais, inclusive apresentando o trabalho recentemente publicado no Boletim 1 “Ribeirinhos em Defesa do Rio Tapajos”. Essa é uma das produções do Projeto que se concretiza em Fascículos, correspondendo a várias séries, Boletins, Cadernos, Mapas Sinteses, ademais de livros, Catalogos e produção de videos. Esse trabalho de pesquisa fundamenta também uma prática de formação dos agentes sociais.

No decorrer da entrevista se destacou o trabalho com os quilombolas de Abacatal, Salvaterra, Jambuaçu no estado do Pará e de Alcantâra, no Maranhão, o movimento das quebradeiras de coco babaçu, entre outros. Também, no debate foi ressaltado o atual contexto político no Brasil no qual ocorre o recuo e negação de direito de povos indígenas e de povos e comunidades tradicionais.

Finalmente, foi circunstanciada a informação sobre as equipes interdisciplinares que integram no Brasil o PNCSA, formado por graduandos, mestres e doutores em 14 universidades públicas na região Amazônica, ressaltando ainda as atividades em universidades da região nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Desde 2011, o PNCSA realiza atividades com movimentos sociais e universidade da Pan-Amazonia e Caribe.

Confira a entrevista no link https://www.youtube.com/watch?v=BNDCip30kHY

Ou assista abaixo

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