Nova Cartografia Social Da Amazônia

Problemática ecológica na contemporaneidade é tema do Seminário Internacional de Ecologia Humana


O Seminário Internacional de Ecologia Humana é mais uma conquista da Rede Latinoamericana de Ecologia Humana (RELAEH), protagonizado pela SABEH – Sociedade Brasileira de Ecologia Humana e o PPGECOH – Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental da UNEB – Universidade Estadual da Bahia, que aconteceu em Lisboa durante os dias 5 e 6 de julho de 2018, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Portugal.

Figura 1: Apresentação da profª. Drª. Maria José Aparício durante o Seminário Internacional de Ecologia Humana realizado na da Universidade Nova de Lisboa (Foto: André Souza).

Os participantes do evento puderam ter contato com diferentes abordagens da problemática ecológica na contemporaneidade, e seus diversos enfoques interdisciplinares. Com o slogan: “Ecologia Humana para a Sustentabilidade da Vida”, mais de 50 pesquisadores (as) estiveram, durante dois dias, expondo seus estudos e apontando algumas tendências na abordagem dos fenômenos ecológicos, que gravitam em torno da temática do desenvolvimentos sustentável e do “Bem-Viver”, como modo de vida alternativo praticado pelas comunidades tradicionais.

Figura 2: A profª. Dr.ª Rita Hipólito palestra durante o Seminário Internacional de Ecologia Humana (Foto: André Souza)

O professor Dr. Alfredo Wagner, da Universidade Federal da Amazônia e coordenador do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, trouxe em sua palestra a defesa de que a proteção do patrimônio genético da biodiversidade do planeta, que está nas mãos dos povos e comunidades tradicionais, carrega um projeto civilizatório para o futuro. Afirmou: O tradicional é o futuro!

Figura 3: O prof. Dr. Alfredo Wagner recebe o prêmio SABEH das mãos de uma dos maiores intelectuais portugueses, o prof. Eduardo Lourenço (Foto: Juracy Marques).

O Seminário também contou com a presença de um dos maiores intelectuais vivos de Portugal, o professor Eduardo Lourenço, autor do livro “Labirinto da Saudade”, além da participação de vários pesquisadores brasileiros e latino-americanos, cujas perspectivas epistemológicas elaboram temas que contribuem para ampliar as discussões e reflexões científicas contemporâneas relacionadas às temáticas ambientais e da humanidade de maneira geral, como foi o caso do livro: Ecologia Transhumana: Inteligência Artificial e Singularidade, organizado pelos autores Ricardo Amorim, Dinani Amorim e Luciano Bomfim. “Hoje para nós da Ecologia Humana é fundamental pensar o lugar da edição genética, junto a inteligência artificial, na modelagem, no designer, da condição humana no novo século”, ressaltou um dos organizadores do evento, o prof. Dr. Juracy Marques.

Figura 4: A presidenta da SHE, profª. Drª Iva Pires, é homenageada durante o Seminário Internacional, recebe do prof. Dr. Amado Insfrám o prêmio SABEH (Foto: Juracy Marques).

Durante o Seminário Internacional também foi entregue o Prêmio SABEH, a pesquisadores cuja labor e compromisso com a Ecologia Humana merecem destaque, entre eles a profª. Drª. Iva Pires da Universidade Nova de Lisboa (Portugal), atual presidente da SHE – Society for Human Ecology, o Drº Alfredo Wagner, coordenador do Projeto Nova Cartografia Social do Brasil, e os Professores Juracy Marques (Primeiro Presidente da SABEH) e Cleonice Vergne (Primeira coordenadora do mestrado de Ecologia Humana da UNEB).

Figura 5: Membros da África, Paraguai e Brasil, países do Sul, na Conferência da SHE (Foto: Igor D´Angelis)

Também aconteceu entre os dias 7 e 10 de julho a 23º Conferência Internacional da SHE – Sociedade Norte-Americana de Ecologia Humana, que teve nessa edição do evento a maior participação de uma delegação brasileira, o que marca uma projeção do corpo da pesquisa em ecologia humana no Brasil, o pensamento desenvolvido pelos pesquisadores do sul: Índia, África e América Latina, tem produzido um conhecimento sobre a condição humana, num dialogo critico com o pensamento do norte, que não nos traduz, segundo o prof. Dr. Juracy Marques, “a marca mais forte desse movimento, a presença do Brasil e dos países da América Latina, da África, Índia, Ásia, entre outros, tanto no nosso Seminário, quanto na conferência da SHE, é trazer para o lugar colonial uma reflexão crítica desse lugar do colonizador”, afirma.

Cada nova edição desses eventos internacionais mostra o fortalecimento do campo da Ecologia Humana e a urência do nascimento de uma Sociedade Mundial de Ecologia Humana capaz de unir as diferentes agremiações que emergem de uma polissemia de lugares do mundo preocupados com as dinâmicas da espécie humana na suas complexas relações com o mundo.

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