Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia: Representantes dos povos indígenas de Manaus, no curso sobre a Convenção 169/OIT. Manaus, 26 de agosto de 2013.
Quarenta e cinco (45) representantes dos povos indígenas – Kokama, Tikuna, Tuyuka, Bará, Baré, Bayaroá Sateré-Mawé, Deni, Karapaña, Apurinã, Tukano, Kambeba, Dessana –, organizados em unidades associativas na cidade e no entorno, reuniram-se no auditório da Escola Superior de Artes e Turismo/UEA, para estudarem a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho. O curso aconteceu na manhã e tarde dos dias 26 e 27 de agosto, coordenado pelos pesquisadores Glademir dos Santos, Helen Catalina e Sheilla Dourado a qual, com formação em direito, ministrou o curso.
As explicações dos artigos da referida Convenção ganharam sentido com o debate causado pelas lideranças indígenas, os quais apresentaram um quadro de situações reais das unidades associativas e núcleos familiares de designação étnica, mostrando a necessidade de novas interpretações sobre ocupação territorial, para compreender o contexto urbano dos indígenas. Esta exigência é proveniente dos processos diferenciados de territorialização dos povos indígenas em Manaus e no entorno, opondo-se às formas de interpretação que não dão conta das demandas de milhares de indígenas no contexto de cidade. Estes processos recolocam na mesa de debate as concepções, tais como “tradição”, “origem”, “identidade”, “culturas”, “território”, à luz dos dispositivos da Convenção 169/OIT. Os depoimentos tanto revelam problemas com referência à saúde e à educação diferenciadas, à aquisição de RANI, quanto revelam problemas com referência ao uso da terra dos povos indígenas, cuja prática envolve relações com o meio ambiente, que diferenciam da especulação imobiliária da terra no entorno de Manaus, em áreas tradicionalmente ocupadas.