Hoje, 10 de dezembro de 2021 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, foi entregue o RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DAS MORTES DE WARAO EM TERESINA, produzido pelo Laboratório do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia / UFPI, com a colaboração dos próprios Warao. Pela manhã, as lideranças indígenas participaram de reunião no Núcleo de Direitos Humanos e Tutela Coletiva da DPE-PI, ocasião em que fizeram a entrega de ofício com o relatório aos defensores Igo Castelo Branco (Núcleo de Direitos Humanos e Tutela Coletiva da DPE-PI) e Edilberto Alves da Silva (Ofício Regional de Direitos Humanos da DPU-PI) e Renata Catarina Maia e Francisco Guerreiro (Serviço de Promoção dos Direitos Sociais e Cidadania da Coordenação Regional Nordeste II da Funai). À tarde, foi entregue à Drª Maria Luiza Freitas, durante audiência realizada na 1ª Vara da Infância e Juventude. O documento será enviado a outras instituições, tais como Ministério Público Federal, Conselho Nacional de Direitos Humanos – CNDH; Conselho Indigenista Missionário e Associação Brasileira de Antropologia – ABA.
No relatório está registrada a morte de 9 Warao, das quais 5 são crianças com menos de 2 anos. A denúncia destas mortes vem acompanhada da preocupação em relação à forma como algumas mortes têm sido noticiadas, com narrativas que apontam para o desrespeito à cultura indígena e a criminalização das ações práticas pelos Warao. Além de conterem dados inverídicos, elas favorecem ao preconceito, discriminação e xenofobia.
Participaram das reuniões 5 representantes dos Warao, juntamente com Carmen Lima (antropóloga pesquisadora do PNCSA/UFPI), Lucineide Rodrigues e Luciana Fortes (Cáritas Arquidiocesana de Teresina).
Além de apresentarem o relatório com a denúncia das mortes, através de ofício, eles fizeram diversas solicitações, que incluem os direitos à consulta e ao reconhecimento de sua organização social. Pediram também o retorno ao povo Warao de uma criança que há três meses foi retirada indevidamente de sua mãe. Entregaram, ainda, duas cartas escritas de próprio punho, em warao e espanhol, narrando a trajetória do povo Warao e listando a legislação que versa sobre os direitos que eles possuem.