No dia 10 de outubro de 2019 na Praça 14 de Janeiro, localizada na zona centro-sul da capital, Rafaela Fonseca da Silva, quilombola da Comunidade do Barranco de São Benedito em Manaus, defendeu o trabalho de conclusão de curso de especialização em Desenvolvimento, Etnicidade e Políticas Públicas na Amazônia – DEPPA do Instituto Federal do Amazonas IFAM – Campus Manaus, Zona Leste, intitulado PROTAGONISMO DAS MULHERES DO QUILOMBO URBANO DE SÃO BENEDITO E QUILOMBO RURAL DO ANDIRÁ – AM: LIDERANÇA, MOVIMENTO E RESISTÊNCIA PARA COMBATER A INVISIBILIDADE, orientado pelo professor Dr. Alvatir Carolino da Silva (IFAM/CMZL). Na ocasião, a Banca Examinadora composta pelos professores Dra. Maria Magela Mafra de Andrade Ranciaro (UFAM) e Dr. Denis da Silva Pereira (IFAM/CMZL), aprovaram o trabalho, recomendando o mesmo para publicação. A defesa foi realizada no próprio Quilombo de São Benedito, Praça 14 de Janeiro na sede dos Escoteiros do Amazonas, aberta ao público e com a presença da comunidade.

Arguição da Banca na defesa do TCC da aluna Rafaela Fonseca da Silva, na sede dos Escoteiros no QUILOMBO DE São Benedito Praça 14 de Janeiro, Manaus-AM. Foto – Gino Ranciaro

Para Rafaela, este trabalho tem uma enorme relevância para Quilombo de São Benedito e por esse motivo a Defesa precisava ser na comunidade e para a comunidade. Em fala a mesma ressalta essa conquista:

“Foi de enorme satisfação mostrar de onde eu vim, onde eu moro, o lugar onde eu cresci e vivo até hoje! Mostrar as mulheres que vieram antes de mim abrindo os caminhos! Mostrar que elas sempre existiram! Mostrar que existem pesquisadoras negras! E que contribuem com o trabalho da gente! Mostrar que elas também têm ideias e elas PODEM FALAR! Pois o lugar de fala todos nós temos, mas quando nós temos empoderamento e estamos em uma universidade isso fica muito mais fácil.”

Público presente na defesa do TCC da aluna Rafaela Fonseca da Silva, na sede dos Escoteiros no QUILOMBO DE São Benedito Praça 14 de Janeiro, Manaus-AM. Foto – Gino Ranciaro

Rafaela Fonseca da Silva durante a defesa do TCC, na sede dos Escoteiros no Quilombo de São Benedito, Praça 14 de Janeiro, Manaus-AM. Foto – Murana Arenillas

Em fala Rafaela também agradece ao curso de Pós-Graduação do DEPPA/IFAM, seus coordenadores, seu orientador e exalta a importância de ter cursado na graduação o curso de Pedagogia:

“a Pedagogia abriu um leque de muitas possibilidades, ela foi fundamental no início da criação da Associação das Crioulas, onde nós, mulheres do Quilombo, estivemos dentro das universidades falando e mostrando que existíamos, mostrando que temos antepassadas que nos contaram a nossa história, que estiveram aqui e lutaram também. O curso de Pós-Graduação do DEPPA abriu muito mais esse leque para que eu mostrasse no IFAM o protagonismo das mulheres do quilombo de São Benedito e do Andirá, me possibilitou conhecer a, liderança do Quilombo do Andirá e sua história de luta. Dona Amélia luta por todos, luta pelas mulheres, e me fez refletir na força que nós mulheres temos, principalmente nós mulheres negras, por toda nossa resistência […] de ficar em pé no chão e dizer que EU ESTOU AQUI, EU VOU FALAR E EU VOU MOSTRAR.”

Da esquerda para direita: Prof. Dr. Alvatir Carolino (IFAM/ PNCSA), Rafaela Fonseca (IFAM/ Membro da Associação das Crioulas de São Benedito), Profa. Dra. Magela Ranciaro (UFAM/PNCSA) e Prof. Dr. Denis da Silva (IFAM/PNCSA). Foto – Gino Ranciaro

Amigos, alunos, membros da Comunidade e professores estiveram presente na defesa da aluna Rafaela. Em destaque, no meio da foto, Rafaela Fonseca e de blusa de cor rosa Maria Amélia liderança do Quilombo do Andirá. Foto – Gino Ranciaro

Pesquisadores do Projeto Nova Cartografia da Amazônia (PNCSA) presente na defesa da aluna Rafaela. Da esquerda para direita: Marcos Alan, Alvatir Carolino, Rafaela Fonseca, Murana Arenillas, Magela Ranciaro e Vinicius Alves. Foto – Gino Ranciaro

Informação técnica elaborada pela pesquisadora do PNCSA Ma. Murana Arenillas Oliveira