Nova Cartografia Social Da Amazônia

PESQUISADORA DEFENDE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO SOBRE A TEMÁTICA “AMAZÔNIA QUILOMBOLA”


Pesquisadora Joana Maria Borges com sua dissertação intitulada “Território e Redes Vivas de Saúde numa Amazônia Quilombola”. Foto: Eriki Aleixo Wapichana

Sob o título “Território e Redes Vivas de Saúde numa Amazônia Quilombola”, Joana Maria Borges de Freitas Silva defendeu sua dissertação de mestrado no dia 31 de maio de 2019, no âmbito do Programa de Pós- Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia – PPGCASA/UFAM, sob a orientação do Prof. Dr. Júlio Cesar Schweickardt (FIOCRUZ e UFAM) e banca examinadora composta pelo Prof. Dr. Alcindo Antonio Ferla (UFRGS), Prof. Dra. Kátia Helena Serafina Cruz Schweickardt (UFAM) e Prof. Dra. Maria Magela Mafra de Andrade Ranciaro (UFAM). A autora se refere ao cenário de sua pesquisa como Amazônia Quilombola porque entende que a Amazônia é muito diversa e heterogênea, com histórias e territorialidades que revelam “amazônias” distintas por suas características geográficas, culturais, sociais e históricas. Sua pesquisa analisou a produção de saúde na comunidade quilombola Santa Tereza do Matupiri a partir da relação com o ambiente, a referida comunidade é a sede do território quilombola Rio Andirá, composto por 05 comunidades. O território em questão compõe o município de Barreirinha, região do Baixo Rio Amazonas e o método utilizado foi a abordagem cartográfica, caminho metodológico em que o olhar do observador se atém ao objetivo de descrever o território e seus movimentos, seja ele conhecido ou desconhecido, para tanto é necessário desterritorializar para a construção de uma nova territorialidade dos sentidos, que se faz a partir da relação e do encontro com o outro, permitindo a construção do conhecimento a partir do envolvimento e mistura do pesquisador com o campo, o que tornou possível conhecer os processos que conformam os modos de vida quilombola do rio Andirá, viabilizando conexões com as redes vivas produzidas no território, bem como a compreensão da noção de territorialidade, identidade social e práticas de cuidado em saúde, tanto por métodos tradicionais, quanto pelos serviços disponíveis no sistema público de saúde.

Entrega da dissertação à Maria Amélia dos Santos Castro, articuladora política do Quilombos do Rio Andirá. Foto: Eriki Aleixo Wapichana

No imaginário da sociedade brasileira está marcada a ideia de que as comunidades quilombolas são redutos de negros pobres que habitam lugares distantes da “civilização” e por isso necessitam ser regatados, muitas pesquisas contribuem para a consolidação desse imaginário destacando o cenário da falta e da precariedade, no entanto, em sua pesquisa a autora direcionou seu olhar às potencialidades do modo de vida quilombola no seu território, buscando gerar informações sobre os diferentes atores sociais da região amazônica que possam contribuir para a discussão de políticas públicas na Amazônia para a melhoria das condições de vida da população quilombola, uma singela contribuição às pessoas que abrem seus territórios de vida para grupos de pesquisa.

Nota técnica elaborada pela pesquisadora Joana Maria Borges de Freitas.

Artigo anteriorREUNIÃO REDE INTERNORTE E PROJETO NOVA CARTOGRAFIA SOCIAL DA AMAZÔNIA Próximo artigoDEPUTADA FEDERAL JOÊNIA WAPICHANA SE REÚNE COM LIDERANÇAS INDÍGENAS NA CIDADE DE MANAUS-AM