Nova Cartografia Social Da Amazônia

Oficina de Cartografia Social em Pimental, Rio Tapajós – Pará.


A pedido da Associação Comunitária de Pescadores e Moradores de Pimental, o Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia ajudou a promover a primeira oficina de cartografia social na comunidade de Pimental. Cerca de trinta agentes sociais participaram da atividade, realizada nos dias 6 e 7 de Fevereiro de 2015. Pimental fica localizada na margem direta do rio Tapajós, no município de Trairão, Pará.

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Durante a oficina, moradores contaram histórias sobre a formação da vila por seus familiares, além de diversas práticas cultivadas ao longo de sua história centenária. Os participantes falaram sobre suas atividades pesqueiras, extrativistas, de roça, plantio de frutíferas, caça, e suas relações com outros vilarejos e aldeias ao longo do rio Tapajós. Também foram enfatizados o Festejo de São Sebastião, o desfile de 7 de Setembro, e as comemorações de feriados entre famílias e amigos em praias e ilhas do entorno.

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Nos croquis de mapas destacaram-se conhecimentos detalhados sobre pontos de pesca, pedrais, remansos, cachoeiras, e igarapés. Referências a cada rua, caminho, roça, quintais e casas com seus respectivos moradores apontam para as relações de afeto, intimidade e coletividade na criação e uso do território. Estes desenhos foram complementados por depoimentos que explicitaram valorizações das relações de vizinhança e familiaridade entre os moradores – inspiradoras de ‘tranquilidade’ e vida social intensa.

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Os agentes sociais expressaram preocupações, oposições e conflitos causados pelo projeto de barragem do rio Tapajós com a usina hidrelétrica São Luis do Tapajós. Se a barragem for construída, todo o território de Pimental será alagado – o que tem criado cenário de enorme incerteza e interrupção em diversos aspectos da vida ali. Os agentes sociais se colocam contrários à sua saída de seu território e ao desmantelamento de sua comunidade.

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Moradores cobram  o respeito de empresas que vem de fora para fazer estudos técnicos de viabilização da barragem. Também foi enfatizado o desrespeito do governo pelos agentes sociais com medidas intimidatórias, tais como o envio da Força Nacional, supostamente para concluir os estudos de viabilização das barragens. E em contraposição, foram ironizados os dispositivos governamentais ambientalistas: “é preservar pra alagar”.

Como alternativas de atividade econômica subexploradas na região, foram apontados o extrativismo de castanha, babaçu, cupuaçu, entre outros produtos da floresta e do rio.

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Além de depoimentos, discussões, elaboração de croquis e repasse de noções de uso do GPS, a oficina contou com prazerosas apresentações musicais e rica alimentação, com a qual diversas famílias contribuíram.

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