No dia 14 de junho de 2016, os indígenas Guarani Kaiowá reunidos próximos à aldeia Te’Ýikuê, na região de Caarapó foram atacados por cerca de 70 fazendeiros a bordo de camionetes. Eles atiraram nos indígenas, botaram fogo nas motocicletas da comunidade. Nesse ataque assassinaram o lider Cloudione Rodrigues Sousa, de 26 anos, que atuava como agente de saúde indígena e, ainda, feriram mais seis pessoas, entre elas uma criança de 12 anos. Essa ação soma-se aos 25 ataques paralimitares contra o povo Guarani-Kaiowá, nesse estado, conforme é noticiado pelo Conselho Indigenista Missionário – CIMI. Fazendeiros e parlamentares agentes do agronegócio agem praticando uma violência direcionada, atuam a revelia da lei e pisoteiam os direitos dos povos indígenas no Brasil.
Professores e estudantes do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA), da Universidade Federal do Pará, reunidos no evento V Antropologia em Foco, decidiram em plenária realizada na tarde do dia 15 de junho de 2016 pela elaboração desta Nota de Denúncia e Repúdio e exigem que o Ministério da Justiça interfira celeremente para punir os culpados por este massacre e para deter os protagonistas desse etnocídio. Manifestamos vivamente nosso completo repúdio a estes atos contra os Direitos Humanos e ao desmantelamento acelerado das políticas e instituições de promoção aos direitos dos povos tradicionais em andamento no Brasil.
Nossa solidariedade com o Povo Guarani Kaiowá, submetido a tamanha e escancarada violência, que não deve ser silenciada.