Grupos conservadores se manifestaram contra a vinda da filósofa Judith Butler acusando-a de ser promotora da “ideologia de gênero”, quando, de fato, a filósofa é uma das mais importantes teóricas que desenvolveram as teorias de gênero, assentadas em estudos disciplinares e interdisciplinares no mundo acadêmico a partir dos anos setenta e oitenta. Judith Butler é doutora em Filosofia pela Universidade de Yale, professora no Departamento de Literatura Comparada e no Programa de Teoria Crítica da Universidade da Califórnia, Berkeley. É autora de 15 livros, dos quais seis traduzidos no Brasil por diferentes editoras.
Butler é uma das convidadas do colóquio “Os fins da democracia – Estratégias Populistas, Ceticismo sobre a Democracia e a Busca por Soberania Popular”, promoção conjunta entre Berkeley e a USP. Butler é também convidada para ministrar conferência no SESC Pompéia em São Paulo.
A premissa do Colóquio e da conferência no SESC Pompéia é a liberdade de pensamento, a possibilidade de crítica, e a capacidade de colocar em debate questões relevantes para o conjunto da sociedade como a democracia, a diversidade de gênero e a convivência com a diferença.
A ABA vem a público manifestar apoio integral à presença da professora Judith Butler no Brasil. Em recente entrevista ao jornal O Estado de São Paulo declarou: “Me sinto muito triste com tudo isso, já que a postura de ódio e censura está baseada no medo, medo das mudanças, medo de deixar os outros viverem de uma maneira diferente da sua. Porém, é essa habilidade de viver com a diferença entre todos nós o que irá nos sustentar a longo prazo”.
Associação Brasileira de Antropologia – ABA