Nova Cartografia Social Da Amazônia

Mobilização indígena em Roraima: Mapeamento dos impactos sociais e ambientais do plantio de Acácia Mangium dentro das TI’S


O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia-Núcleo Roraima, com apoio do Fundo Amazônia/BNDS, realizará nos dias 23 e 24 de outubro, na Terra Indígena (TI) Malacacheta no município de Cantá, os mini cursos “Legislação Ambiental e Direito Indígena” e “Convenção 169 da OIT”, definidos por homens e mulheres indígenas durante a realização do Encontro Regional, onde foi selecionada a experiência indígena no enfrentamento dos impactos sociais e ambientais do plantio de Acácia mangium nas Terras Indígenas.

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Fotos do Encontro Regional

Essas atividades do PNCSA são parte das ações do Mapeamento Social como Instrumento de Gestão Territorial contra o Desmatamento e a Devastação. Para facilitar os minicursos foram convidadas a Dra. Joênia Wapixana, advogada do Conselho Indígena de Roraima-CIR, a Dra Elaine Moreira, Dr. Carlos Alberto Marinho Cirino, ambos antropólogos (as) docentes do Instituto de Antropologia da Universidade Federal de Roraima-UFRR, e o Professor Visitante Dr. Serguei Aily Franco Camargo, pós-doutorado em Ecologia, atuando no Núcleo de Estudos Comparados da Amazônia e do Caribe (NECAR) da UFRR.

As lideranças indígenas definiram junto com a equipe do PNCSA o plano de mobilização junto às 13 TI´s localizadas na Região Serra da Lua – nos municípios de Bonfim (Moskow, São Domingos, Muriru, Alto Arraia, Manoá) e Cantá (Malacacheta, Canauanin e Tabalascada /Lage), na Região do Taiano (Barata, Livramento e Sucuba) no município de Amajari, as TI na Serra da Moça e na Serra do Truarú, no município de Boa Vista.

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Lideranças Indígenas em reunião discutem os impactos das Acácias

TI Moskow- Região Serra da Lua/município de Bonfim.

Os próximos passos serão o minicurso sobre método cartográfico, noções e uso de GPS e a oficina de mapa, previstos para o mês de dezembro de 20013.

Dentre os impactos socioambientais denunciados pelos indígenas destacamos o número excessivo de abelhas que se multiplicam e se espalham nos buritizais, tornando difícil a coleta da palha utilizada na construção das habitações, e limita o deslocamento dentro da terra. Alteração na cor (avermelhamento) e no gosto (de ferrugem) da água de alguns igarapés e também, a dispersão de acácia nas roças, o que tem exigido mais trabalho e tempo na limpeza e manutenção dos roçados.

Esperamos que o mapeamento possa contribuir para o fortalecimento do grupo na luta pelos direitos e na solução dos problemas decorrentes da ação da empresa responsável pelo plantio.

Responsáveis pela nota: Arlene Oliveira, Pesquisadora Colaboradora do PNCSA e Nelita Frank, Pesquisadora Bolsista do PNCSA.

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