Os delegados da II Conferência Regional de Educação Escolar Indígena (CONEEI), pertencentes aos Povos Apurinã, Jamamadi, Jarawara e Paumari, representantes da Região do Médio Purus e Tenharim, Parintintin, Diarrói e Munduruku, representantes da Região do Madeira, ficaram abandonados por dois dias nos aeroportos de Porto Velho/ RO e Rio Branco/AC.
A decisão de levar a CONEEI para Manaus foi da Coordenação Geral do evento. Os delegados saíram de suas aldeias e comunidades, chegaram à sede dos Municípios de Lábrea, Humaitá e Boca do Acre sem ajuda de custo. Com o apoio da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e do Distrito Especial de Saúde Indígena (DSEI), chegaram a Porto Velho e Rio Branco, saindo dos municípios de Lábrea, Humaitá e Boca do Acre no dia 13 de novembro. Os delegados indígenas viveram situações constrangedoras de falta de alimentos e banheiros e sem receber informações consistentes sobre as passagens. Tiveram que passar a noite nessas cidades, através da colaboração do grupo utilizando do próprio recurso, caso da delegação do Madeira. Os delegados do Purus receberam apoio logístico solidario do Instituto Internacional de Educação do Brasil, IEB.
No dia 14 novembro, eles passaram todo o dia na rua, sem informações consistentes sobre a a viagem para Manaus. A partir dessa situação desalentadora os delegados, que estavam em Porto Velho, fizeram uma denúncia ao Ministério Público Federal do Amazonas e acionaram a imprensa local no intuito de chamar atenção sobre o fato, uma vez que muitos deles estavam há muitos dias ou semana fora de suas aldeias. A partir de tais reclamações foi resolvida a questão da viagem e depositado um recurso para atender às necessidades de alimentação, hotel e transporte.
A delegação que estava em Rio Branco, foi impedida de vir a Manaus, pois não houve condições de compra das passagens. Os delegados que estavam em Porto Velho, viajaram na madrugada do dia 15 de novembro.
As lideranças indígenas decidiram fazer uma conferencia à parte. Tal decisão foi tomada coletivamente e, ainda, optaram pelo desmembramento do Território Etnoeducacional Baixo Amazonas, criando o Território Etnoeducacional Purus/Madeira. A ata dessa decisão foi protocolada ao final da II CONEEI. Essa ação foi uma forma de respostas à situação vivida pelos delegados, que foi considerada de total desrespeito às lideranças e professores indígenas, delegados da Região Purus-Madeira.
