O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia – PNCSA teve a cessão pela Comissão Organizadora do BELEM+ 30 ISE . SBEE – 2018 de um estande na Feira da Biodiversidade e esse espaço permitiu a divulgação de uma parte da produção do Projeto, realizar lançamento de livros e, especialmente, ser um lugar de encontro para dialogar, trocar ideias com os movimentos, organizações de povos e comunidades tradicionais, pesquisadores e estudantes do Brasil e dos países presentes no evento.
O mapa Nova Cartografia Social dos Babaçuais: Mapeamento Social da Região Ecológica do Babaçu afixado na parede de fundo foi o centro da atenção das pessoas que visitaram o estande. As publicações de dois livros de narrativas das quebradeiras de coco babaçu Cledeneuza de Oliveira e Nice Machado estiveram expostas, assim como o Fascículo das Quebradeiras do Sul do Pará. Na testa do estande foram pendurados os boletins e fascículos.
Na Sessão Organizada 001 Práticas culturais, políticas cartográficas e o e ecossistema do Babaçual na perspectiva dos agentes sociais – ocorrida no dia 08 de agosto de 2018 – foi realizado o lançamento do Mapa Nova Cartografia Social dos Babaçuais: Mapeamento Social da Região Ecológica do Babaçu.
O registro dessa sessão, coordenada pelo professor Alfredo Wagner Berno de Almeida, iniciou com as saudações de Tônkyre Akrãtikatêjê (Katia Silene Valdenilson), cacique do povo Akrâtikatêjê, de Emilio Kaba Munduruku, fundador da Associação dos Indígenas da Cidade de Belém AIMB e de Edgar afro religioso, que falou em nome da Mãe Mameto Nangetu e do Instituto Nangetu sobre as mobilizações dos afrorreligiosos face a votação da chamada Lei do Abate.
Os palestrantes foram: Tássia Cristina Barros, Ecossistema do babaçual na perspectiva das quebradeiras de coco babaçu no Sudeste do Pará; Sol González, Rôn: o babaçu na terra Indígena Las Casas -PA. Aspectos culturais, econômicos, ecológicas e de gênero entre os Mêbênkokre-Kayapó; Bruna Raissa Caldas: “A Mãe Palmeira”: relação social das quebradeiras de coco babaçu com o meio ambiente e a luta pela conservação; Roberto Porro, A economia invisível do babaçu e sua importância para meios de vida em comunidades agroextrativistas; Jurandir Novaes, Autocartografia de povos comunidades tradicionais saberes e práticas na construção do mapa “região ecológica do babaçu”; Cledeneuza de Oliveira, Movimento Interestadual das Quebradeiras de Côco Babaçu.
Lançamento do livro Hidrelétrica Belo Monte: impactos na saúde
Rosa Carmina Sena Couto e Rosa Acevedo Marin, organizadoras do livro Hidrelétrica Belo Monte: impactos na saúde escrevem: “Alertamos que, diante de tão graves ameaças à vida na Amazônia, é necessário amplificar debate; cancelar todos dos projetos hidrelétricos para a Amazônia; diversificar a matriz energética brasileira aumentando investimentos em outras formas de energia, como as energias renováveis (…) para responder às demandas da sociedade. Preservar os rios da Amazônia, mantendo seus fluxos, para as populações ribeirinhas…; manter a floresta em pé e proteger os povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas e comunidades rurais garantindo seus direitos”. Os autores que colaboram no livro debatem esse projeto hidrelétrico e contribuem para compreender os impactos na saúde.
No estande foi exibido o Boletim Informativo 14 Comunidade do Cajueiro. Não é o Território que é Nosso. Nós é que Somos do Território. (2018). Dezenas de fascículos, Cadernos, Boletins e livros ficaram à disposição do público para consultar e compras.
Nesse evento internacional o PNCSA esteve presente em trabalhos de pesquisadores em várias Sessões Organizadas e Temáticas. Maria José Alcântara Carneiro apresentou seu trabalho “Práticas alimentares no quilombo Pau Furado, Salvaterra, Arquipélago de Marajó” e Rosa Acevedo Marin expus o tema “Quintais e hortas caseiras nos quilombos: práticas e mudanças no cultivo de gêneros alimentícios, medicinais e ornamentais” na Sessão Homegardens in the Amazonia at Century XXI. History, gender, agrodiversity and future, coordenado por Montserrat Rios e Rusbel Chapalbay, no dia 8 de agosto de 2018.
Na sessão ordinária Processo identitário do Povo Arowaka: Etnolinguistica, Etnomusicologia e Biodiversidade, coordenada por Raphaelle Servius- Harmois, participaram a senhora Rosita do povo Arowaka que vive no Suriname, Hubert Biswana, Wabarhosin Charles Wingarde (aldeia Santa Rosa de Lima) e Rosa Acevedo.
Os interessados nas publicações do PNCSA estabeleciam breves diálogos sobre folhetos, cadernos, boletins, mapas, livros e coleções; recebiam informações sobre o site novacartografiasocial.com onde são disponibilizados as publicações do PNCSA.
No estande foram expostos os trabalhos das Artesãs de Quianduba e Envirateua (boneca, caneta, chaveiro, panos de prato, blusas, tiaras) e cuias das Mulheres Fazedeiras de Cuia de Quianduba.
O livro Plantas Útiles del Ecuador editado por Montserrat Rios, Michael J. Koziol, Henrik Borgtoft Pedersen e Gabriela Granda. (Quito, Editora Abya Yala, 2007) foi exposto ao público no estande.
Durante quatro dias os expositores do PNCSA compartilhamos e trocamos olhares e o espaço com as mulheres Kayapó e suas crianças. Elas se dedicaram a fazer pintura corporal para o público no evento e fizeram muito sucesso. A Coordenação do PNCSA agradece a oportunidade de compartilhar integralmente do evento BELEM+ 30 ISE . SBEE – 2018
Fotografias: Selma Monteiro (PPDSTU/NAEA/UFPA/PNCSA), Elielson Pereira da Silva (PPDSTU/NAEA/UFPA/PNCSA), Tassia Cristina Barros, Socorro Cardoso.
Equipe de organização e notícias: Rosa Elizabeth Acevedo Marin e Jurandir Novaes