Nova Cartografia Social Da Amazônia

DONA MARIA MERCÊS DE BARROS (Mãe) e ALESSANDRA BARROS FREITAS (filha)


Dor e luto no Quilombo São Sebastião de Burajuba, Barcarena, Pará

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NOTA DE PESAR

A Diretoria da Comunidade Quilombola de São Sebastião de Burajuba lamenta a morte de Dona Maria Mercês, nessa manhã de sábado. Dona Maria contribuiu muito na luta dessas terras, exerceu mandatos de presidente do Conselho Fiscal e Vice-Presidente da Associação.

Nossos sentimentos aos seus familiares e amigos.

A Nota de Pesar da Diretoria da Comunidade Quilombola de São Sebastião de Burajuba nos chegou por mensagem de whatsaap que circulou, no dia 16 de maio de 2020, entre os quilombolas de Barcarena anunciando o falecimento de Dona Maria Mercês de Barros, com 52 anos.

O trágico que ronda todo e tudo continua ultrapassando e marcando as vidas e famílias em Barcarena e neste dia, 20 de maio de 2020, faleceu a jovem ALESSANDRA BARROS FREITAS, 25 anos, uma das cinco filhas de Dona Maria Mercês, que teve oito filhos. Mãe e filha tiveram como causa de óbito COVID 19. Elas foram atendidas na UPA de Barcarena que fica próxima do Hotel Equinócio.

Nos relatou o Presidente da Associação Quilombola de São Sebastião de Burajuba que ambas trabalhavam no seu pequeno restaurante.

Dona Maria Mercês dedicou-se à Associação Quilombola e em dois períodos ocupou a vice-presidência e soube lutar e defender o território e os direitos dos quilombolas de Burajuba, negados pelas instituições locais e solapados pelo desenvolvimentismo que retirou centenas de famílias dos seus sítios, polui e contamina solo, ar, igarapés, rios e praias.

Para Maria Mercês e Alessandra nossa homenagem e amor.

Oferecemos o poema No me mueve, mi Dios, para quererte (atribuído a Sor Juana Inês de la Cruz).

Aqui o recitamos com força:

No me mueve, mi Dios, para quererte
el cielo que me tienes prometido,
ni me mueve el infierno tan temido
para dejar por eso de ofenderte.

Tú me mueves, Señor, muéveme el verte
clavado en una cruz y escarnecido,
muéveme ver tu cuerpo tan herido,
muévenme tus afrentas y tu muerte.

Muéveme, en fin, tu amor, y en tal manera,
que aunque no hubiera cielo, yo te amara,
y aunque no hubiera infierno, te temiera.

No me tienes que dar porque te quiera,
pues aunque lo que espero no esperara,
lo mismo que te quiero te quisiera.

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