O desmatamento no Estado do Amazonas é indissociável da devastacão dos recursos hídricos e florestais, produzindo acirrados conflitos que colocam em risco os recursos naturais. Tais conflitos podem ser chamados de socioambientais, porque sistematicamente pressionam e restringem as formas e condições de existência material de povos indígenas, povos e comunidades tradicionais no Estado do Amazonas. Nas falas dos 65 participantes no “Encontro Regional”, organizado pelo Projeto Mapeamento Social como instrumento de Gestão Territorial contra o desmatamento e a devastação: processos de capacitação de Povos e Comunidades Tradicionais, estão sendo destacadas estas realidades localizadas, os antagonismos e as situações sociais diferenciadas registradas tanto na Região Metropolitana de Manaus, quanto no Alto Solimões, Nova Airão- Jauaperi, no sul do Amazonas
, – Purus-Labrea, Humaita, no Alto Rio Negro e Parintins, no Baixo Amazonas e no rio Cuieiras, no próprio município de Manaus. Estas situações de desmatamento são compreendidas para além dos indicadores oficiais e de imagens metafóricas associadas como Arco do Desmatamento. Portanto, uma compreensão de processos e dinâmicas muito céleres e violentas que incidem sobre as diferentes modalidades de existência coletiva de povos e comunidades tradicionais.

Neste “Encontro Regional” os participantes fazem do objetivo de compreender como surgem e se acirram os conflitos pelos recursos e territórios uma questão fundamental e, de outro lado, afirmam que suas lutas tem sido relevantes para a proteção das florestas, rios, lagos, areais, orquidários e outros componentes dos patrimônios cultural e natural dos povos tradicionais. Nesse sentido, identificam ações e alternativas de proteção do ambiente, que, como frisou o Sr. Francisco Parede de Lima, Presidente da Associação de Artesãos do Rio Jauaperi, está ” ficando difícil” pela imposição de formas econômicas predatórias e devastadoras.
Registra-se a participação de 19 Associações, de 32 pesquisadores e de 12 professores e pesquisadores da UEA- Projeto Nova Cartografia Social, e ainda representante da CPT e da Fundação Muraki administradora dos recursos, recebidos pelo Projeto do Fundo Amazônia.
