O Senhor Carlos Alberto Oliveira de Souza, 44 anos, do povo Apurinã, foi a quarta liderança indígena assassinada na cidade de Manaus nestes primeiros sete meses e meio de 2019. O crime aconteceu no dia 06 de agosto do corrente ano, na Zona Norte da cidade, quando o líder indígena, após a compra de pães numa padaria, foi abordado por homens encapuzados que dispararam vários tiros em seu corpo. (Fonte: Matéria publicada no periódico sob o título “Outro líder executado”, A Crítica, 07 de agosto de 2019)
O assassinato de lideranças indígenas tem se tornado recorrente na cidade de Manaus, no decorrer deste ano, sobretudo em áreas que eram terrenos baldios e foram recentemente ocupadas. Há uma forte tendência à especulação imobiliária que caracteriza o processo de urbanização de Manaus. No dia 13 de junho de 2019, o cacique Mura, William Machado Alencar, também conhecido como Onça Preta, de 42 anos, foi morto a tiros no bairro Cidade Nova; uma noite após o assassinato do cacique Mura, outra liderança indígena, Odete Cristina Santos, de 39 anos, da comunidade “Yawarite Ipixuna”, localizada na rua Palmeiras do Miriti, Distrito Industrial 2, Zona Leste, foi assassinada com oito tiros pelas costas.
No dia seguinte do assassinato da liderança, o cacique Adnael Farias de Souza, do povo Apurinã, contou que vem sendo ameaçado por líderes da facção criminosa Família do Norte, por ter presenciado a morte do cacique Mura. O cacique Francisco de Souza Pereira, do povo Tucano, 53 anos, foi morto em fevereiro deste ano dentro de sua casa, na comunidade Urucaia, também na cidade de Manaus. Esta estatística trágica conduz a uma projeção preocupante sobre os conflitos sociais na região metropolitana de Manaus, reforçando inclusive uma interpretação preconceituosa e racista de que o extermínio destas lideranças indígenas está ligado ao tráfico de drogas.
Link da matéria “SEMANA DE SANGUE: LIDERANÇAS INDÍGENAS ASSASSINADAS E AMEAÇAS DE MORTE NA CIDADE DE MANAUS-AM”