Nova Cartografia Social Da Amazônia

ESTUDANTES DA FACULDADE DE ETNODIVERSIDADE/CURSO DE ETNODESENVOLVIMENTO – CAMPUS UNIVERSITARIO ALTAMIRA-SOURE UFPA FREQUENTAM AULAS DA DISCIPLINA NOCOES, DEBATES E REFLEXÕES DA NOVA CARTOGRAFIA SOCIAL


Turma do Curso de Etnodesenvolvimento reunida no Campus de Soure no Tempo -Universidade recebeu aulas da disciplina Noções, Debates e Reflexões da Nova Cartografa Social.

No Campus de Soure da Universidade Federal do Pará a Turma 2016 do Curso de Etnodesenvolvimento /Faculdade de Etnodiversidade Altamira – Soure recebeu aulas da disciplina Noções Básicas de Cartografia e Nova Cartografia Social, no período de 11 a 15 de fevereiro de 2019. Idêntico curso foi ministrado para a Turma de Altamira, em 2018 e amos estão inseridos em propostas de cooperação do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia e a Faculdade de Etnodiversidade da Universidade Federal do Pará, que identificam nessa formação e conhecimento inúmeras conexões com interesses temáticos e práticas sociais de pesquisa dos estudantes, que possuem em vínculos de pertencimentos com povos e comunidades tradicionais no Pará.

Na programação do curso, o exercício final consistiu em estudo de fascículos, boletins e mapas produzidos pelo PNCSA com objetivo de elaborar texto síntese aproximando às diversas situações sociais expostas em cada material produzido e a traves dos quais se reconhecem as noções e conceitos centrais em debate na abordagem teóricas da Nova Cartografia Social, entre eles Identidades coletivas, unidades de mobilização, territorialidades especificas, processos de territorialização, conflito social, consciência das fronteiras.

No final das aulas os discentes escreveram frases nas quais expuseram interpretações sobre a relevância para os povos e comunidades tradicionais das práticas de pesquisa e resultados que distinguem o Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia.

A Nova Cartografia Social traz elementos importantes que evidenciam a realidade e diversidade dos povos e comunidades tradicionais no Brasil”. Adriano Soares Barbosa

A cartografia social é de fundamental importância para os povos e comunidades tradicionais no Brasil, pois expõe detalhes destes que antes eram anulados pela cartografia oficial, na nova Cartografia Social o povo passa a existir, por ter a oportunidade de se incluir no mapa, mostrando que o espaço/território não é so físico, que lá está toda sua história de vida e de luta”. Maria Delma Portilho Brito Quilombo São José de Icatu, Mocajuba Baião, Baixo Tocantins.

Nova Cartografia Social representação gráfica de uma ação social dos povos e comunidades tradicionais que apresentam uma nova descrição, de mobilização para defender o território e os direitos. Forte instrumento de lutas e resistência.” Maria da Conceição Santos.

O Fascículo fala de nossa vida. O fascículo fala de nossa história. O fascículo contribui com nossa luta na esperança de vitória”. Agueda

A Nova Cartografia Social é a luz da visibilidade para os povos que encontram-se na obscuridade imposta pela sociedade burguesa capitalista”. Gilfran dos Anjos Ramos

A Nova Cartografia Social! Instrumento de luta fundamental dos povos tradicionais da Amazônia. Descrição detalhada de quem ama e sonha com políticas públicas de qualidade, que respeite sua cosmologia e particularidades”. Jovanildo Teles

A Nova Cartografia Social é nosso instrumento de resistência frente aos interesses do Estado”. Deise Cristina R Magalhães

A Nova Cartografia Social representa um instrumento de luta e resistência para os povos e comunidades tradicionais na conquista do direito”. Maria Beatriz Portilho Maciel.

Importância da Nova Cartografia Social. Romper a ditadura dos Mapas, romper o silêncio dos povos tradicionais”. Ana Laide Barbosa.

Nova Cartografia Social da Amazônia traduzindo a verdadeira expressão gráfica e cultural do passado e do presente dos povos e comunidades tradicionais do Brasil”. José Roberto Chipp.

Quilombola, extrativistas, pescadores … seja qual povo tradicional for… Cartografar, desenhar, simbolizar, expor e compor seu próprio território é reivindicar, gritar, conservar e principalmente cuidar de seu lugar”. Alberis Gomes da Silva

A cartografia social possibilita a visibilidade dos povos indígenas e comunidades tradicionais, que por muito tempo ficaram invisíveis perante os mapas construídos pelos Estados”. Isabel Cordeiro da Silva.

Cartografar é uma forma dos povos e comunidades tradicionais reivindicar. Reivindicar os direitos que os desumanos querem tirar. Tirar de uma forma cruel sem dor. Matam e desmatam, nos cercam com fios elétricos para não termos acesso. As formas de vida que a natureza nos dá. Resistencia simboliza a nossa existência, as terras são as nossas origens e o mapa do homem branco nunca deu valor a isso. Mas com a Cartografia Social nossa história se reaviva”. Jessica Ribeiro Garcia.

A Cartografia Social como objeto de conhecimento dos povos e comunidades tradicionais, empoderamento para lutas de nossos direitos como povos e comunidades tradicionais.” Daniela Assunção Ribeiro.

Cartografia Social como ferramenta inovadora que dá suporte para as comunidades tradicionais em defesa do território”. Maria do Carmo M. dos Santos.

No dia 15 de fevereiro de 2019 finalizava o Tempo Universidade. Em um gesto de comunicação, sensibilidade, reconhecimento, afetividade todos os presentes na sala 04 do Campus de Soure fizeram uma oração em nome da estudante Rubiane Moraes Santos Cordeiro, (recém falecida), liderança dos Pescadores de Soure que residia na comunidade Pesqueiro. No segundo momento, todos trocaram calorosos abraços, com lagrimas pela despedida e pelo reencontro esperado no próximo tempo-universidade.

Esses gestos, expressões, motivações levam a refletir a frase do professor Benedito Nunes, precisamente falando sobre a Universidade Federal do Pará: “E essa instituição só merece o nome de comunidade – nome de que tanto se abusa – na medida em que se fundar em relações afetivas-intelectuais que passam pelo nexo entre seus principais e legítimos parceiros, professores e estudantes”. (Nunes, Benedito. Universidade e regionalismo. In. Do Marajó ao arquivo. Breve panorama da cultura no Pará. Organizado por Victor Sales Pinheiro. Belém, secult, Ed. UFPA, 2012. P. 74)

Vinte e nove discentes do “Etnodesenvolvimento de Soure” participaram do curso ministrado pela profa. Rosa Acevedo Marin, Programa de Antropologia/Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará/Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia.

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