No âmbito da mobilização pelos povos indígenas do Brasil “Sangue indígena, nenhuma gota mais” contra o etnocídio e ecocídio no Brasil foi redigido em Lisboa um manifesto intitulado Manifesto 31 de Janeiro, assinado por diversas organizações portuguesas e entregue na Embaixada do Brasil durante a manhã de 31 de Janeiro 2019.
Ao começo da tarde dezenas de pessoas reuniram-se em praça pública abrir discussão sobre a problemática indígena vivida no Brasil, para depois atravessarem a cidade sonoramente entre tambores e vozes que em alto e bom som gritavam “Sangue indígena, nenhuma gota mais!” e “Demarcação Já!”. Em paralelo, os manifestantes abertamente falavam com a população nas ruas contextualizando a manifestação. O percurso pedestre dirigiu-se até ao Cais das Colunas, onde no meio de chuva intensa e vento se reuniram em círculo para compartilhar um momento de foco de intenção e canto colectivo pelos povos indígenas do Brasil.
Ainda em Lisboa, pelas 19h a Casa do Brasil encheu a ponto de não sobrar um lugar sentado para dar lugar a uma mostra de filmes indígenas e uma ampla conversa sobre raízes, actualidade e possíveis passos para apoiar a causa indígena do Brasil.
Cantos Gavião e Akrãtikatêjê, feito pela Rita Costa, da Unifesspa, Marabá -Prêmio Proexpa
E o ainda até então inédito Xina Bena, de Dedê Maia, sobre os Kaxinawá do Acre, com narrativa do Txai Terri Valle de Aquino, personagem valoroso na antropologia praticada para demarcação de terras
E em Coimbra pelas 20h teve lugar uma sessão de abertura com a investigadora Raimunda Monteiro. Seguiu-se a leitura da carta da APIB e do Manifesto 31 de Janeiro dos coletivos de solidariedade internacional. O encerramento ficou por conta de duas performances artísticas que retratavam as tragedias ambientais de Mariana e Brumadinho.