O corpo de Jorginho Guajajara, indígena e cacique da Aldeia Cocalino, localizada na terra indígena Araribóia foi encontrado no último sábado dia 11 sob uma ponte no Rio Zutiwa, no Maranhão.
A Terra indígena Araribóia está em constante conflito em função da ameaça de madeireiros e possui um alto índice de homicídios. Para conter as ações os guajajara fundaram o grupo “Guardiãs da Amazônia” que vem atuando no sentido de denunciar as violências praticadas e cobrar uma ação mais eficaz por parte dos aparatos governamentais.
A notícia da morte de Jorginho Guajajara teve repercussão nacional e saiu em distintos meios de comunicação pois o indígena vinha lutando contra a intrusão do seu territórios por madeireiros. A ativista Sônia Bone Guajajara fez uma declaração sobre o assassinato, transcrita abaixo:
NOTA SOBRE O ASSASSINATO DO CACIQUE JORGINHO GUAJAJARA
Estamos em luto e luta com a notícia sobre o assassinato do Jorginho. O que aconteceu é o retrato diário do Brasil. A violência cresce a cada dia. Nosso povo segue morrendo dentro da própria terra. Não foi uma morte isolada é um genocídio programado. O Jorginho não é o primeiro e não será o último se seguirmos com a ausência do Estado. É urgente a necessidade de implementação de uma política pública social, ambiental e territorial.
O Maranhão é o estado com grande índice de conflitos indígenas. Os madeireiros entram em nossos territórios para explorar nossas riquezas naturais, com isso a violência só cresce. Várias lideranças vivem sendo ameaçadas por esses invasores, é preciso que essa situação acabe, não queremos mais perder nossos parentes que lutam e protegem nossa mãe terra. Os índices de assassinatos no campo aumentam a cada ano. 2017, teve o maior número de mortes registradas dos últimos 14 anos, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra. O desmatamento na Amazônia está prestes a atingir um limite irreversível. É preciso aumentar a fiscalização e proteção de quem vive em áreas de conflito.