Nova Cartografia Social Da Amazônia

Reunião de trabalho para debater situações sociais de povos e comunidades tradicionais atingidos pela UHE de Tucuruí, por projetos de infraestrutura e ações da Eletronorte em 40 anos no Rio Tocantins


Reunião de trabalho em 29 de outubro de 2017. Jurandir Novaes, Esmael Rodrigues, Rosa Acevedo Marin e Thiago Sabino em reunião de trabalho para registrar as situações sociais dos atingidos pela UHE Tucuruí e as reivindicações junto à Eletronorte

Pesquisadores do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia – PNCSA e Universidade Federal do Pará – UFPA agendaram uma reunião de trabalho com dirigentes da APOVO – Associação das Populações Vítimas das Obras no Rio Tocantins e Adjacências com a finalidade de atualizar o mapa dos Atingidos pela Usina Hidrelétrica de Tucurui, examinar o andamento de processos jurídicos e as obras de infraestrutura na região. O sr. Esmael Rodrigues Siqueira participou da atividade pela APOVO e descreveu, de forma pormenorizada, os eventos transcorridos de 2013 até o presente, outubro de 2017.

O PNCSA fez o lançamento do Caderno 10 Atingidos pela hidrelétrica de Tucurui, em 2015, juntamente com os Fascículos 25 Aldeia Indígena Akrãtikatêjé e Fascículo 30 Acampados no Acampamento João Canuto Tucuruí – Pará. Desde ano, acompanha as mobilizações dos Expropriados, Acampados, e Indígenas Akrãtikatêjé em diversas ações em Belém e Brasília.

Na atualização do mapa é dado destaque à região do Lago de Tucuruí e os efeitos sociais e ambientais que terá o derrocamento do Pedral de Lourenço como obra de viabilização da hidrovia Araguaia Tocantins; as condições de vida dos moradores das ilhas do lago, face às condições físico-químicas das aguas do lago; a morte de igarapés e perda de volume de afluentes do rio Tocantins; a situação de destruição da ictiofauna a jusante da barragem; as condições dos moradores de bairros da cidade de Tucuruí (Nova Matinha, Matinha Velha, São Sebastião e Pioneiro). A questão dos expropriados e de procedimentos jurídicos acompanhados pelo Ministério Público Federal e Estadual foi abordado em detalhe.

Imagem do Pedral do Lourenço. (Fonte: DNIT, 2013)

As obras de infraestrutura e logística – como a Hidrovia do Tocantins, o sistema de Linhas de Transmissão, e o Projeto da Ferrovia Paraense assim como o projeto de transferência das aguas do Tocantins para o rio São Francisco também estiveram na agenda de estudo.

Como resultado da reunião de trabalho, a APOVO receberá pesquisas realizadas pela Universidade Federal do Pará sobre a região de Tucuruí e que fornecem informações para as ações mobilizadas. Preliminarmente, foi elaborada uma agenda de trabalho para o próximo ano que inclui organização de banco de dados, formação de pesquisadores locais e ampliação de pesquisas em curso no Rio Tocantins.

Fotografia: Guilherme Teles.

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