Nova Cartografia Social Da Amazônia

Pimental dá continuidade à sua cartografia social – Rio Tapajós, Pará


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A comunidade Pimental deu continuidade à construção da cartografia social de seu território, localizado às margens do rio Tapajós, nos municípios de Trairão e Itaituba, Pará. Uma segunda oficina de mapas foi realizada no dia 4 de julho com a participação de mais de duas dezenas de agentes sociais e pesquisadores do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia. Na oficina, os trabalhos se concentraram no detalhamento do mapa da comunidade a partir de croquis e mapas elaborados na primeira oficina, realizada em fevereiro. Além do maior detalhamento e retificação de informações no mapa, o grupo pôde conferir o protótipo de fascículo sobre Pimental, composto por depoimentos, entrevistas e fotografias. A discussão sobre o protótipo resulta em rico material sobre a identidade e representação de si da própria comunidade face às ameaças de espoliação que sofre por parte de barragens hidrelétricas.

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Subsequente à oficina, procedeu-se a uma minuciosa coleta de pontos de GPS dos locais indicados em croquis georreferenciados. Tais pontos evidenciam a sofisticação e intimidade com o território ao mesmo tempo terrestre e aquático de Pimental. As centenas de ilhas e pedrais no Rio Tapajós em frente à comunidade contém nomes e referências simbólicas das formas, histórias e fauna presentes. Diversas ilhas são nomeadas de acordo com os pássaros que as habitam maçiça e diferencialmente. Os pedrais, “travessões” e “remansos” ao longo do rio são categorizados pelas possibilidades de pesca, passagem, pouso, extrativismo, caça e lazer que oferecem. No mais, histórias do ‘tempo do carrancismo’ e outras mais recentes retratam algumas ilhas como locais de punição, cemitérios antigos , de aparição de visagens ou botos protetores.

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A paisagem social de Pimental é composta ainda por áreas de caça e extrativismo vegetal, roças, pastos e capoeiras no entorno da vila. Diversos ramais de madeireiros em atuação inclusive durante o inverno amazônico de 2015 puderam ser observados próximos à vila. Além destes, há picadas abertas na floresta por empresas de prospecção geológica que suprem dados para grandes construtoras e empresas barrageiras multinacionais. Sob concessão governamental, essas empresas barrageiras visam arbitrar o futuro da região – o que será submerso, o que será devastado, o que será apropriado e como as formas de vida dali poderão sobreviver. No entanto, os agentes sociais destas realidades locais constroem cartografias alternativas de um futuro que desejam e com o qual se identificam.

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O caçador e seu mutá.

O caçador e seu mutá.

Águas plácidas rio acima.

Águas plácidas rio acima.

 

Restos de motor, próximos ao antigo barracão de seringa do início do século XX.

Restos de motor, próximos ao antigo barracão de seringa do início do século XX.

Cachoeira do Apuí, área de lazer no verão – Local de suposto eixo da barragem São Luís do Tapajós

Cachoeira do Apuí, área de lazer no verão – Local de suposto eixo da barragem São Luís do Tapajós

 

“Quadrilha maluca” da festa junina da escola Raimundo Lopes Gaspar

“Quadrilha maluca” da festa junina da escola Raimundo Lopes Gaspar

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