“A roça como categoria de análise e de afirmação identitária: estudo da relação dinâmica de resistência e garantia do território em situações sociais referidas a quilombolas e indígenas” é o titulo da dissertação de mestrado defendida por Luís Augusto Pereira Lima, geógrafo egresso da Universidade do Estado do Amazonas e pesquisador do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, sob orientação do prof. Dr. Alfredo Wagner Berno de Almeida.
O estudo apresenta argumentos e significados referidos à categoria roça como elemento de uma relação dinâmica de resistência e garantia do território, para tanto, uma afirmação identitária. Os agentes sociais elaboram modos de ser, modos de fazer que cotidianamente se manifestam por seus territórios, mobilizando-os no movimento incessante de “reserva de território” como uma relação dinâmica de resistência pelo fazer da “roça” frente às ações adversas, impostas pelos seus antagonistas.
O autor busca a própria diversidade do “fazer a roça” enquanto sistema de produção e consumo. O sentido dessa economia não se separa do pensar e fazer político dos agentes que elaboram estratégias de resistência face aos dispositivos de uma “política da roça” produzida pelo Estado que provoca a obstrução da autonomia dos povos e comunidades tradicionais.
O corpus de análise dos estudos foi construído a partir dos fascículos do Projeto Nova Cartografia Social que em suas 16 Séries e 168 fascículos apresenta a diversidade de povos e comunidades tradicionais. Em 95% dos fascículos encontram-se referencias aos modos de fazer na “roça”. Mata Boi – comunidade quilombola (Monção – Maranhão) e Nova Esperança – povo indígena Kokama – Manaus – Amazonas foram etnografadas para adentrar nos significados da denominada “roça”.
O ato acadêmico foi presidido pelo Prof. Alfredo Wagner e a banca esteve integrada pelos professores Benjamin Alvino de Mesquita e Rosa Elizabeth Acevedo Marin e ocorreu no prédio do PPGCSPA no dia 13 de julho de 2015. A banca recomenda a publicação deste trabalho em consideração ao ineditismo, rigor científico e relevância social e política.
O Programa de Pós Graduação em Cartografia Social e política da Amazônia, aprovado pela CAPES em 2013 está realizando a seleção para a terceira turma no mês de agosto. Possui como área de concentração Estado, Comunidade Tradicional e Territorialidade na Amazônia e como linhas de pesquisa Cartografia Social, Povos e Comunidades Tradicionais, Territorialidade e Movimentos Sociais na Amazônia; Narrativa, Memória e identidades coletivas e Estado, governo e políticas de desenvolvimento e territorialidade na Amazônia. Tal programa de Pós Graduação é um desdobramento dos trabalhos realizados no âmbito das pesquisas no Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia e conta com professores de diferentes áreas de conhecimento.