I Encontro de Curadores; Benzedores, Parteira, Povo da Mina, Pajés e Brincantes de Boi, Bambaê e Tambor de Crioula do Território de Formoso – Penalva, Maranhão
Por Geovana Machado, estudante de pedagogia, pesquisadora do PNCSA, quilombola de Penalva
O presente relato discorre sobre o lançamento do fascículo quilombolas, agricultores(as), quebradeiras de coco e pescadores do território de Formoso ocorrido em 26 de agosto de 2012 em Lagoa Mirim, no Município de Penalva/Maranhão.
O lançamento, que reuniu mais de 200 quilombolas, foi acompanhado de várias manifestações culturais e debates sobre a necessidade de reconhecimento desses territórios. Houve, na ocasião, o I Encontro de Curadores; Benzedores, Parteira, Povo da Mina, Pajés e Brincantes de Boi, Bambaê e Tambor de Crioula do Território de Formoso – Penalva, Maranhão. Esse encontro que reuniu os representantes desses grupos tem como objetivo discutir e encaminhar soluções para as situações de violação de direitos dos povos e comunidades tradicionais da região de Penalva.
A professora Cynthia Carvalho Martins e a quebradeiras de coco quilombola Nice Machado Aires falaram sobre a inseparabilidade entre o debate sobre essas manifestações e a construção de territorialidades. Essas dimensões estão juntas e o poder público as separa como forma de desarticular as lutas, disse dona Nice.
Lagoa Mirim é o centro de grandes tradições culturais onde a cultura deve ser vista como força de luta em conquista dos direitos territoriais violados já que as terras ainda então ocupados pelos fazendeiros.
A comunidade Lagoa Mirim além de envolver uma rica cultura desfruta também de lugar embelezado pela mata verde – além de ser o centro do Território do Formoso, conforme o mapa elaborado por Fabrício Maranhão. Além disso, percebemos que as comunidades são representadas por presidentes que se dedicam em defender sua região em favor de benefícios propícios e melhora na qualidade de vida do seu povo.
As culturais como tambor de crioula, bambaê, bumba meu boi e tambor de mina e outros são construções culturais que ao longo dos anos vem contribuindo para reforçar a identidade do povo do território de Formoso.
Estiveram presentes os presidentes de associações dos quilombos que compõem o território de Formoso, além das pesquisadoras do PNCSA Geovana Machado, Poliiana Nascimento, Juliane Mendes e Jhuliene Santos.
Houve apresentação de Bambaê, Tambor de Crioula, Bumba Meu Boi, além de uma manifestação de cura. Seu Fabrício elaborou um mapa do território e os participantes dançaram tambor de crioula e bumba meu boi com o mapa.